Ex-CEMGFA confirma reunião com Marcelo em que se falou sobre o furto de Tancos
27-01-2020 - 13:58
 • Ana Rodrigues

O general Pina Monteiro confirmou, depois de questionado pelo advogado do ex-ministro da Defesa, o encontro em que o ex-director da Polícia Judiciária Militar (PJM), Luís Vieira, manifestou preocupação com o facto de a Polícia Judiciária civil ter tido conhecimento de que ia haver o roubo e não ter informado as Forças Armadas, impedindo qualquer possibilidade de evitar o assalto.

O ex-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Pina Monteiro, confirmou, esta segunda-feira, ao tribunal de Monsanto, ter estado numa reunião na Presidência da República , a 4 de Julho de 2017, na qual se falou sobre o furto dos paióis de Tancos.

A Renascença apurou que, ouvido como testemunha de Azeredo Lopes, Pina Monteiro confirmou, depois de questionado pelo advogado do ex-ministro da Defesa, o encontro em que o ex-director da Policia Judiciária Militar (PJM), Luís Vieira, referiu preocupação com o facto da Polícia Judiciária civil ter tido conhecimento de que ia haver o roubo e não ter informado as Forças Armadas, impedindo qualquer possibildiade de evitar o assalto.

De acordo com Pina Monteiro, estas palavras não tiveram resposta, nem de Marcelo Rebelo de Sousa, que “não se pronunciou”, nem de outras pessoas presentes, como foi o caso do então ministro Azeredo Lopes e do seu chefe de gabinete.

Antes de Pina Monteiro, o juiz Carlos Alexandre ouviu o almirante Silva Ribeiro, actual CEMGFA, que segundo a Renascença sabe, apenas referiu que o furto do material foi um episodio triste, mas que não trouxe problemas ao Estado português.

Já Almeida Sampaio, na altura dos aquecimentos embaixador junto da NATO e outra das testemunhas arroladas pela defesa de Azeredo Lopes, disse em tribunal que, da parte da NATO, não houve preocupação com o furto de Tancos - o caso não teve repercussão.

À saída do tribunal, o advogado de Azeredo Lopes, Germano Marques da Silva, disse aos jornalistas que as testemunhas “só falaram do que sabiam e que responderam apenas sobre factos relacionados com o furto”.

Já sobre a operação da PJM para recuperar o material, o advogado garante que “nada foi perguntado sobre o assunto porque as testemunhas nada sabiam”.

Questionado sobre as razões para a escolhas destas testemunhas, Germano Marques da Silva referiu que “na altura dos acontecimentos, ocupavam funções oficiais e era preciso saber o que sabiam ou não sabiam e o que é o ministro sabia ou não sabia”.

[notícia atualizada às 21h40]