Vaticano impôs "restrições disciplinares" a D. Ximenes Belo há dois anos
29-09-2022 - 14:17
 • Isabel Pacheco , Ana Catarina André

A Congregação para a Doutrina da Fé soube das suspeitas de abuso sexual de menores que envolvem o antigo bispo de Díli, em 2019, revelou à Renascença, a Sala de Imprensa da Santa Sé. As sanções foram aplicadas em 2020 e reforçadas em 2021.

O Vaticano confirmou, esta quinta-feira, que a Congregação para a Doutrina da Fé teve conhecimento, em 2019, do caso dos alegados abusos sexuais praticados por D. Carlos Ximenes Belo no seu país, nos anos 1990 e revelou que aplicou sanções ao antigo bispo de Díli.

Num esclarecimento enviado à Renascença, a Sala de Imprensa da Santa Sé adianta que, a propósito das acusações sobre o comportamento do bispo, a Congregação “impôs restrições disciplinares” em setembro de 2020.

Segundo o comunicado, as restrições impostas ao Nobel da Paz incluíam “limitações nos movimentos e exercício do ministério" de Ximenes Belo, bem como, "a proibição de contacto voluntário com menores, de entrevistas e contactos com Timor-Leste”.

Medidas que, em novembro de 2021, foram “modificadas e reforçadas”, acrescenta a sala de imprensa do Vaticano, que adianta que “em ambas as ocasiões, as medidas foram formalmente aceites pelo bispo”.

O alegado caso de abuso praticado pelo ex-administrador apostólico de Díli foi tornado público, esta quarta-feira, pelo jornal holandês “De Groene Amsterdammer”.

O periódico publicou testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais cometidos, quando eram menores, durante vários anos, pelo Nobel da Paz, D. Carlos Ximenes Belo. Ainda, segundo o mesmo artigo, os alegados casos terão começado, ainda, antes de D. Ximenes ter sido nomeado bispo, na década de 1980.