António Simões tem simpatia por Rui Vitória e apoia a manutenção do treinador, no entanto, questiona-se sobre o que acontecerá quando o Benfica voltar a registar um mau resultado.
O Benfica reagiu à crise com duas vitórias, sem sofrer golos, frente a Feirense e Paços de Ferreira. Dois triunfos que devolvem o clima de paz em redor da equipa e, em particular, Rui Vitória. Em entrevista a Bola Branca, António Simões pergunta se esta aproximação "veio para ficar ou não", ao mesmo tempo que manifesta uma preocupação e um desejo.
"O que é que acontecerá se houver um desaire? Vem outra vez o aspeto emocional que ultrapassa e que domina tudo aquilo que são muitas vezes as decisões concertadas e coerentes. Vamos aguardar. Eu tenho simpatia pelo treinador do Benfica, portanto, através dessa simpatia, desejo que o clube seja feliz e ganhe. Sendo assim, estou feliz duas vezes, pelo clube e pelo treinador", frisa o antigo jogador encarnado.
O ex-"magriço" e velha glória do clube da Luz adivinha que o futuro de Rui Vitória será escrutinado "jogo a jogo" e se "cai ou não cai em função de um resultado". Considerando este estigma de uma "incoerência terrível", Simões apela a Luís Filipe Vieira que tenha "coerência" e dê ao técnico "toda a tranquilidade" até final da temporada.
"Isso será um sinal, seguramente, de que quem dirige tem coerência, assume a sua responsabilidade. Por outro lado, é um sinal também de que alguns resultados, e algumas provas, podem trazer títulos, e depois no final da época faz-se o balanço final", acrescenta.
União do plantel com Rui Vitória e a deslocação a Setúbal
As águias deslocam-se no sábado ao difícil reduto do Vitória de Setúbal, onde mora "uma equipa bem arrumada e muito robusta". Por isso, António Simões sublinha que este desafio "acarreta grandes responsabilidades por um lado e dificuldades por outro".
Só com "carácter se podem ultrapassar dificuldades", conquistando a "confiança" necessária para "dar a volta à situação". O antigo jogador considera que o plantel revelou estar do lado do treinador. "Sem ambos os lados estarem juntos, e darem as mãos, e serem honestos e frontais, não é possível dar a volta à situação", assinala.
Portanto, ou "os jogadores querem este treinador e demonstram isso", ou "deixam cair o treinador". Situação que, para António Simões, seria "extremamente desagradável".
"Se porventura o treinador tiver de sair, é porque de facto não foram encontradas as soluções adequadas para sair desta crise que se entrou", finaliza.
O próximo teste à paz na Luz está marcado para sábado, às 20h30, no Estádio da Luz. O Vitória de Setúbal-Benfica terá relato, em direto, na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.