César define PS como "o grande partido" da "maioria significativa dos eleitores"
26-06-2022 - 08:10
 • Susana Madureira Martins

O presidente do PS e vice-presidente da Internacional Socialista assinala os 50 anos de adesão do partido a esta organização, referindo-se a 2022 como um ano de "graves atribulações", considerando "mesmo decisivas, as organizações e as iniciativas que promovam as relações de paz e de cooperação multilateral".

À boleia da efeméride dos 50 anos de adesão do PS à Internacional Socialista (IS), Carlos César aproveita para fazer o elogio ao que considera ser "um grande partido, respeitado na Europa e em tantas partes do Mundo".

Trata-se, obviamente, do PS, o partido a que preside e que César define como "merecedor da confiança de uma maioria significativa dos eleitores portugueses, que lhe conferiram a responsabilidade de governar" através de uma maioria absoluta no Parlamento.

Numa comunicação vídeo divulgada pelo partido e a que a Renascença teve acesso, o presidente do PS e vice-presidente da IS recua ao ano de 1972, altura em que "a Acção Socialista Portuguesa era, tão só, um pequeno grupo de lutadores pela democracia" e participou no congresso daquela organização "através de Mário Soares e Manuel Tito de Morais".

César estabelece o caminho paralelo que foi feito pela IS e pelo PS desde esse congresso e desde a adesão do partido à organização, facto que "marcou profundamente a formação do PS e o seu posicionamento na construção e estabilização da democracia portuguesa".

O presidente socialista assinala a "solidariedade" da IS "quando nos tivemos de empenhar na superação das ameaças, que envolveram os alvores da democracia portuguesa, de, saídos de uma ditadura de direita afundarmo-nos numa ditadura de extrema-esquerda", numa referência aos anos de forte tensão política e ideológica em Portugal logo após o 25 de abril.

Com a adesão da Acção Socialista à IS e depois com a fundação do PS, "Portugal passou a contar com um partido socialista democrático, ancorado na solidariedade internacional e, em especial, europeia, sem a qual dificilmente teríamos superado com êxito obstáculos", resume César.

Esse "percurso de consolidação de uma sociedade pluralista, e da modernização e do progresso" é algo de "que o nosso País se pode orgulhar", acrescenta o presidente de um PS absoluto, que nomeia apenas outro partido nesta comunicação-vídeo: o alemão SPD, um dos "partidos irmãos" que teve "papel decisivo" pelo "apoio dado" por alturas da fundação do PS, em 1973.

2022, o ano das "graves atribulações"

Passados 50 anos da adesão do PS à IS, o presidente socialista descreve o momento actual como sendo de "graves atribulações" que "afetam a estabilidade internacional, desde desigualdades gritantes entre os países e regiões às multidões de seres humanos refugiados e afetados pela pobreza e pela fome".

Sem referir países ou líderes mundiais, Carlos César assinala ainda 2022 como o ano em que se nota "a proliferação de regimes despóticos" ou a "eclosão e persistência de conflitos armados", sem também fazer qualquer referência à guerra na Ucrânia provocada pela invasão da Federação Russa.

Sem também fazer qualquer referência à situação económica e social que se vive em Portugal - provocada pela inflação ou o caos na saúde, por exemplo - o presidente do PS salienta os "justificados temores sobre os efeitos negativos galopantes das alterações climáticas, nesta época que vivemos".

Perante este cenário, Carlos César conclui que "são importantes, são mesmo decisivas, as organizações e as iniciativas que promovam as relações de paz e de cooperação multilateral e que reúnam as boas vontades de que o mundo tanto necessita", assinalando que "a Internacional Socialista pode e deve ser uma parte influente e mobilizadora dessas boas vontades".

A Internacional Socialista, em 1972, quando realizou o seu XII Congresso, era uma organização composta por 32 partidos maioritariamente pertencentes à Europa; hoje, reúne mais de centena e meia de partidos de todos os continentes.