A semana "horribilis" do governo
03-10-2021 - 00:30

Nuno Botelho, Nuno Garoupa e Luís Aguiar-Conraria na análise da atualidade.

Esta semana, o primeiro-ministro recorreu ao humor quando os jornalistas o questionaram sobre uma eventual remodelação, sugerindo que no inverno, “quando o tempo arrefece, todos nos refrescamos” e que o foco imediato da sua ação é entregar na AR a proposta de Orçamento do Estado a 11 de outubro.

Com o inverno ainda distante no calendário, a avançada técnica em ‘discurso político evasivo' de António Costa não ilude uma das semanas mais complexas de sempre para o governo socialista.

Em escassos dias o PS perdeu Lisboa nas eleições autárquicas com um resultado abaixo do esperado no resto do país, viu em véspera de Orçamento o caso invulgar de um ministro, Pedro Nuno Santos, criticar em público um influente colega de governo, o titular das finanças, João Leão. Não menos importante, a semana ainda teve o Presidente da República a desautorizar o ministro da Defesa e a segurar um chefe militar contra a vontade de João Gomes Cravinho.

Na justiça a titular da pasta foi questionada sobre mais um caso a causar profundo embaraço e ‘desconforto’, na versão da ministra, envolvendo João Rendeiro, o ex-presidente do falido banco BPP numa fuga, quase anunciada, depois de condenado em três processos-crime a penas de prisão.

As análises a estes casos e à influência das autárquicas no ciclo político são de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Nuno Botelho, presidente da ACP – Câmara de Comércio e Indústria e Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho.