O Papa Francisco vai lavar os pés a 12 refugiados na Quinta-feira Santa, segundo a revista “America”, gerida pelos jesuítas dos Estados Unidos.
Francisco irá a um centro de acolhimento de refugiados em Roma, embora ainda não tenha sido divulgado qual, para levar a cabo este gesto que é próprio da liturgia de Quinta-feira Santa, recordando o momento da Última Ceia em que Jesus lavou os pés aos seus discípulos.
Esta é mais uma forma de Francisco se mostrar próximo dos refugiados, numa altura em que a Europa procura soluções para a onda de migrantes que tentam entrar no seu território, mas poucos países parecem dispostos a acolhê-los.
Desde o início desta crise – agravada pela situação no Médio Oriente, nomeadamente na Síria que está em guerra há precisamente cinco anos – que o Papa tem falado do assunto. A sua primeira visita pastoral enquanto Papa foi à ilha de Lampedusa, onde existe um centro de acolhimento de refugiados. Também na sua visita à Turquia Francisco fez questão de se encontrar com jovens refugiados que lá viviam. Mais recentemente fez o mesmo na República Centro-Africana.
Francisco tem aproveitado as celebrações de Quinta-feira Santa para sublinhar a condição dos marginalizados. Na primeira a que presidiu enquanto Papa, surpreendeu ao celebrar fora do Vaticano, num centro penitenciário juvenil, onde quebrou as regras litúrgicas, ao lavar os pés também a uma mulher.
Em 2014, as celebrações tiveram lugar num centro de acolhimento de pessoas com deficiência e a cerimónia do lava-pés voltou a incluir mulheres. Em 2015, Francisco voltou a uma prisão, desta feita de adultos e, novamente, lavou os pés a mulheres e homens. Finalmente, no final de 2015, mudou oficialmente a regra que restringia a cerimónia a homens.
As cerimónias de Quinta-feira Santa marcam o início do tríduo pascal, que termina no domingo, o dia mais importante do calendário cristão, em que se assinala a ressurreição de Cristo.