Aumento do custo de vida. Milhares descem Avenida da Liberdade em protesto
18-03-2023 - 18:04
 • Tomás Anjinho Chagas , Diogo Camilo

Manifestação da CGTP contou com a presença do secretário geral do PCP, Paulo Raimundo, da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, mas também do Chega.

Milhares de trabalhadores desceram este sábado a Avenida da Liberdade, em Lisboa, num protesto contra o aumento do custo de vida, em que reivindicaram melhores salários e pensões.

Na manifestação convocada pela CGTP, com o lema "Todos a Lisboa! Aumento Geral dos Salários e Pensões - Emergência Nacional", marcaram presença o secretário geral do PCP, Paulo Raimundo, e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.

“As razões são muitas e são justas. O aumento do custo de vida, os baixos salários, a pressão em torno da habitação. É preciso resolver isto, não pode continuar assim”, disse o líder dos comunistas, criticando a inação do Governo quanto à crescente inflação.

Paulo Raimundo diz ainda que o caminho não é feito com “apoios”, mas sim com salários. “Esta gente põe o país a funcionar. O que precisam é salários, direitos, dignidade e respeito”, acrescentou.

Já Catarina Martins acusou o Governo de falhar “todas as promessas” em relação a aumentos dos rendimentos dos trabalhadores.

“O Governo conseguiu mentir a todos os trabalhadores, do setor público e do setor privado. Estamos em março, não há aumentos em lado nenhum, nem no público nem no privado”, disse a coordenadora bloquista, que aponta que a economia está "cada vez mais desequilibrada e cada vez mais desigual".

"O Governo falhou todas as promessas e as pessoas manifestam-se em nome de uma coisa tão sensata como salários que permitam chegar até ao fim do mês", defendeu.

Na manifestação também marcou presença o Chega, algo inédito para uma manifestação convocada pela CGTP. O deputado Bruno Nunes rejeita qualquer tipo de “oportunismo” em participar e acredita que esta luta não tem cor política.

“A população está claramente revoltada com toda esta situação. Isto não é de esquerda nem de direita. Todos sofremos. Aquilo que falta é dinheiro”, defendeu.

Convocado em 17 de fevereiro, no protesto a intersindical exige o aumento dos salários e pensões "no imediato" de pelo menos 10% ou de 100 euros no mínimo para todos os trabalhadores, bem como a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária "sobre os lucros colossais das grandes empresas". .

A manifestação nacional da CGTP acontece um dia depois de uma greve nacional da administração pública, convocada pela Frente Comum de Sindicatos, estrutura da CGTP.