Trump assina ordem para "manter famílias juntas" na prisão
20-06-2018 - 20:32

Presidente norte-americano disse ter ficado sensibilizado pelas imagens de crianças tiradas dos braços dos pais, mas vai manter uma política de "tolerância zero" em relação a quem tenta entrar nos Estados Unidos clandestinamente.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou esta quarta-feira uma ordem executiva para acabar com a separação de crianças das famílias de imigrantes. Pais e filhos ficarão juntos nos centros de detenção até que o processo criminal de entrada ilegal nos EUA esteja concluído.

Trump recua pressionado pela família, por organizações de direitos humanos e pela comunidade internacional. Disse ter ficado sensibilizado pelas imagens de crianças tiradas dos braços dos pais enquanto estes eram detidos e acusados de entrar ilegalmente no país.

"É tudo para manter as famílias juntas", declarou o líder norte-americano na cerimónia de assinatura da ordem executiva.

Trump diz que não gosta de "ver famílias serem separadas" e que "qualquer pessoa com coração fica muito afetado com esta situação".

O Presidente acrescentou que a sua mulher, Melania, e a filha, Ivanka, estão muito preocupadas com a situação das crianças separadas das famílias.

Mas acrescentou que a sua administração vai continuar a política de "tolerância zero" em relação aos clandestinos.

A American Civil Liberties Union (ACLU), uma das organizações mais importantes da sociedade civil norte-americana, considera que a ordem executiva de Trump é insuficiente e limita-se a substituir um problema por outro.

“O diabo está nos detalhes: esta crise não vai acabar até que todas as crianças voltem a estar reunidas com os pais. Uma ordem executiva de última hora não resolve todo o mal calamitoso feito a milhares de crianças e aos seus pais. Esta ordem executiva substitui uma crise por outra: as crianças não devem estar numa prisão, mesmo que acompanhadas pelos pais, em qualquer tipo de circunstâncias”, refere o diretor da ACLU, Anthony D. Romero.

Antes da ordem executiva ser assinada, Paul Ryan, o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, informou que o partido pretende levar a votação na câmara baixa do Congresso um projeto de lei para travar a separação das famílias de imigrantes que entram clandestinamente no país, votação essa que está prevista para quinta-feira.