Alunos consomem mais medicamentos para hiperactividade e défice de atenção
24-09-2016 - 02:06

O alerta é feito pelo Conselho Nacional de Educação. O consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas tem vindo a diminuir.

Os alunos portugueses estão a consumir cada vez mais medicamentos específicos para a hiperactividade e défice de atenção. O alerta é feito pelo Conselho Nacional de Educação.

Este organismo tutelado por David Justino revela, por outro lado, que o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas tem vindo a diminuir. São dados do Estado da Educação 2015, um relatório de cerca de 300 páginas, em que o Conselho Nacional de Educação faz o retrato do que está bem e mal na comunidade educativa e que destaca também que os alunos estão a afastar-se da escola.

Os alunos portugueses estão desencantados com a escola e são as raparigas que mais se sentem desiludidas.

Esta é uma das conclusões do Estado da Educação, que revela que nos últimos 15 anos os alunos portugueses deixaram de estar entre aqueles, que no conjunto da OCDE apresentavam maior percentagem que diziam gostar muito da escola.

Também nos últimos 15 anos a pressão e a exigência da escola sobre os alunos têm vindo a diminuir, mas também aqui são as raparigas que mais sentem a pressão das tarefas escolares.

Por outro lado os alunos portugueses reconhecem que os professores têm uma boa percepção do seu desempenho escolar, o que não deixa de revelar confiança nos processos de avaliação.

No relacionamento com os colegas é cada vez maior a percentagem de alunos que afirma nunca terem sido vítimas de bulliyng. Ainda assim Portugal é o país dos 34 da OCDE onde essa pratica motiva mais queixas, sobretudo entre os rapazes.

O relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) assinala ainda uma tendência para a diminuição do consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas entre os alunos.

Já pelo contrário, o relatório revela que está a aumentar o consumo de substâncias estimulantes do sistema nervoso central, especialmente medicamentos para problemas de hiperactividade e défice de atenção.

O CNE apela, por isso, aos pais, professores, profissionais de saúde e decisores políticos que façam uma reflexão sobre as razões de um crescimento tão rápido destes medicamentos e sobre os efeitos que o abuso destas substâncias pode ter para o desenvolvimento geral das crianças.

Este organismo avisa mesmo que a obsessão em ter crianças mais atentas e mais sossegadas pode condicionar de forma irreversível o desenvolvimento cognitivo e social que nenhum outro medicamento poderá recuperar.