​Vinte mil pessoas já terão sido retiradas de Alepo
20-12-2016 - 01:19

Em declarações à Renascença, a porta-voz da Cruz Vermelha Internacional espera que a política não se intrometa numa operação humanitária que já começou tarde.

A operação foi retomada com a Cruz Vermelha Internacional e o Crescente Vermelho sírio e árabe a auxiliar a evacuação de outras cinco mil pessoas, entre elas civis, mulheres, idosos, feridos e doentes.

Entre 17 e 20 mil civis já foram retirados da parte oriental de Alepo, na Síria, depois de a operação de evacuação ter sido retomada esta segunda-feira. Os números variam conforme as fontes.

A retirada de civis da cidade sitiada tinha sido suspensa no sábado, depois de vários autocarros de ajuda humanitária terem sido incendiados.

É esperado que a evacuação possa prosseguir mais rapidamente, agora que o Conselho de Segurança da Nações Unidas aprovou o envio de observadores internacionais para Alepo.

Em declarações à Renascença, Krista Armstrong, porta-voz da Cruz Vermelha Internacional, e deixou um aviso para que a política não se intrometa nesta operação que já começou tarde.

“Enquanto esta resolução e aquilo que ela segue continue distinto e separado do que estamos a fazer no terreno, um sistema de monitorização internacional, tal como foi proposto, deve ajudar a reforçar a protecção dos civis durante este tipo de operações ou semelhantes. Por isso, é muito importante que estas evacuações, considerando o quão complexo foi alcançá-las, não sejam postas em perigo por serem politizadas.”

A situação das pessoas que não conseguem dizer adeus à sua cidade natal está também a ser acautelada, explica Krista Armstrong.

“Estamos a chamar agências humanitárias como o Crescente Vermelho sírio e árabe, ou a comunidade da Cruz Vermelha Internacional, para conseguirem chegar a elas o mais rápido possível, para avaliar as suas necessidades, para saber o que elas precisam, em termos de se prepararem para o frio, para conseguirem os básicos”, sublinha a porta-voz da Cruz Vermelha Internacional.

Em Alepo, os serviços hospitalares não funcionam, a distribuição de água e electricidade está danificada e não há mantimentos. O que agrava ainda mais a situação porque o Inverno está-se a aproximar, refere Krista Armstrong.

Além da evacuação da zona oriental de Alepo, controlada pelos rebeldes, está em curso a retirada de civis das aldeias xiitas de al-Foua e Kefraya.

Para esta terça-feira, em Moscovo, está marcada uma reunião com os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Rússia e do Irão, os principais apoiantes do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e da Turquia, que apoia alguns grupos rebeldes.