Óscares. Banda sonora nomeada tem sons de clarinetista portuguesa
19-04-2021 - 09:10

Virgínia Figueiredo, doutorada em clarinete, gravou a sua atuação na banda sonora num pequeno estúdio em Los Angeles.

A clarinetista Virgínia Figueiredo, que vive em Los Angeles, é uma das artistas que gravou música para o filme "Minari", nomeado para o Óscar de Melhor Banda Sonora Original nos prémios da Academia.

A nomeação foi "completamente inesperada", disse a portuguesa, referindo que "será bom para toda a gente se o filme ganhar" na cerimónia que vai decorrer em Los Angeles a 25 de abril.

Se vencer, o Óscar será entregue ao compositor Emile Mosseri, responsável pela banda sonora de "Minari", que, aos 35 anos, compete pelo prémio com 'pesos-pesados' da indústria.

"Não é todos os dias que acontece tocar numa banda sonora e essa banda sonora é nomeada para os Óscares", frisou a artista. "Principalmente porque o compositor desta banda sonora é relativamente novo, jovem, e estas nomeações normalmente acontecem mais para grandes compositores tipo John Williams, Hans Zimmer e James Newton Howard", sublinhou.

Os outros nomeados na categoria são James Newton Howard, por "News of the World" (é a sua nona nomeação), Terence Blanchard, por "Da 5 Bloods", e há uma surpreendente dupla nomeação para Trent Reznor e Atticus Ross, que podem vencer por "Mank" ou por "Soul", neste caso juntamente com Jon Batiste.

O nome maior desta lista é o de James Newton Howard, que tem no currículo as bandas sonoras de filmes como "O Príncipe das Marés", "Pretty Woman", "Batman Begins" ou "Jogos da Fome".

A inclusão de "Minari" surpreendeu a equipa, precisamente pela robustez da competição.

Virgínia Figueiredo, doutorada em clarinete, gravou a sua atuação na banda sonora num pequeno estúdio em Los Angeles, quando a parte das cordas já tinha sido feita. A artista disse que vai prestar "um bocadinho mais de atenção" à cerimónia de entrega dos Óscares e que tudo pode acontecer, mesmo que seja improvável.

Em termos de outros projetos, a clarinetista explicou que a cidade de Los Angeles tem estado completamente parada no que toca a concertos, e que só agora surgem os primeiros planos para recomeçar, com várias restrições.

Radicada em Los Angeles, Virgínia Figueiredo é professora de clarinete em várias faculdades da região.