Negociações retomadas 4.ª feira. Rússia anuncia ataques seletivos na Ucrânia
01-03-2022 - 14:16
 • Ricardo Vieira, com agências

O exército russo avisou esta terça-feira que vai atacar em Kiev as infraestruturas tecnológicas dos serviços de segurança ucranianos, SBU, e pediu aos civis que vivam próximos desses alvos para fugirem.

A segunda ronda de negociações entre Rússia e Ucrânia está prevista para amanhã, quarta-feira, avança a agência de notícias Tass.

A primeira reunião aconteceu segunda-feira, na localidade de Gomel, na Bielorrússia.

As delegações da Rússia e da Ucrânia estiveram reunidas durante várias horas e regressaram a Moscovo e Kiev para consultas.

O exército russo avisou esta terça-feira que vai atacar em Kiev as infraestruturas tecnológicas dos serviços de segurança ucranianos, SBU, e pediu aos civis que vivam próximos desses alvos para fugirem.

"Para impedir ciberataques contra a Rússia, serão realizados ataques com armas de alta precisão, em Kiev, contra as infraestruturas tecnológicas do SBU e o principal centro da Unidade de Operações Psicológicas. Nós apelamos aos cidadãos que vivem próximo dessas infraestruturas para abandonares as suas casas", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

Entretanto, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigú, citado pela agência Interfax, afirmou hoje que a Rússia vai prosseguir a "operação militar especial" iniciada na Ucrânia na passada quinta-feira "até alcançar os seus objetivos".

"O importante é proteger a Federação Russa da ameaça militar criada pelo Ocidente, que tenta utilizar o povo ucraniano na luta contra o nosso país" adiantou o governante.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.