Abusos Sexuais. Comunidade da Capela do Rato quer ajudar a encontrar respostas
24-03-2023 - 11:06
 • Olímpia Mairos

A partir do relatório da comissão independente, a reflexão e o debate vai girar em torno de duas das questões: “qual impacto dos abusos nas vítimas, quais as respostas necessárias e qual o papel das Comissões Diocesanas no futuro?” e “como sanar as múltiplas feridas desveladas e prevenir o futuro?”.

A comunidade da Capela do Rato, em Lisboa, vai promover duas sessões para debater os abusos sexuais de crianças na Igreja católica em Portugal, a partir do relatório da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

Considerando que “ainda há muitas inquietações e perguntas por responder”, aquela comunidade quer ajudar a procurar respostas”, através de duas sessões intituladas “E agora: Qual impacto dos abusos nas vítimas, quais as respostas necessárias e qual o papel das Comissões Diocesanas no futuro?” e “E agora: Como sanar as múltiplas feridas desveladas e prevenir o futuro?”.

A primeira sessão está marcada para dia 30 de Março, às 21h, e vai juntar José Souto de Moura, magistrado e juiz jubilado, anterior Procurador-Geral da República, e coordenador nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores; Francisca Padez Vieira, pedopsiquiatra, perita em Dano pelo Instituto de Medicina Legal, membro da Comissão de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa; Catarina Vasconcelos, cineasta e membro da CI, num debate com moderação da jornalista Rosa Pedroso de Lima.

Em comunicado, a comunidade da Capela do Rato indica que o primeiro debate vai procurar responder a algumas questões: “Como se sentiram as vítimas, antes e agora? Qual o impacto dos abusos nas suas vidas e na sua saúde física, psicológica e espiritual? Como vai ser feita a ligação entre as Comissões Diocesanas e quem vai acompanhar e cuidar das vítimas no futuro? Existe necessidade de criação de uma nova Comissão Independente? Se sim, com que papel?”.

Já a segunda sessão procurará refletir sobre as questões: “Quais as formas de reparação esperadas e necessárias? O que se entende por Tolerância Zero? Que mudanças na cultura institucional da Igreja são mais prementes? Qual a interface entre o Estado e a Igreja na proteção das pessoas?”

“Estas e outras perguntas vão ser abordadas por especialistas que as debaterão com vontade de agir e defender os interesses primeiros e últimos das vítimas e de ajudar “a uma conversão contínua e profunda dos corações, atestada por ações concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja” (cf. Vos Estis Lux Mundi)”, lê-se no documento.