Para Henrique Raposo, não é uma novidade que o acesso ao Ensino Superior dependa do estatuto social dos estudantes. "Não me surpreende nada, é uma realidade humana. Em qualquer país, o filho do pedreiro vai ter tendência para ser pedreiro e o filho do médico para ser médico."
Contudo, assume que "o que é chocante em Portugal é a percentagem com que isso existe", percentagem essa que, sublinha, "é mesmo muito forte". Face a essa problemática, uma das soluções deveria ser dar mais autonomia aos diretores dos agrupamentos escolares, defende Raposo.
Jacinto Lucas Pires concorda que é necessário dar "uma maior autonomia às escolas" e também criar "um sistema que dê maior liberdade de escolha aos pais". Para o escritor, a questão do acesso ao Ensino Superior deve ser alvo de uma "grande reforma", porque "para mudar a sociedade temos de começar pelo futuro, que são as crianças".
Sobre a recente atenção dada à corrupção em Portugal, Henrique Raposo critica o facto de a Justiça ser "penosamente lenta", o que cria "esta bola de neve que nunca pára".
Por seu lado, e apesar de considerar que o termo "epidemia de corrupção" usado por Ramalho Eanes "é excessivo", Jacinto Lucas Pires diz concordar com o antigo Presidente da República quando este refere a necessária reforma do sistema eleitoral como forma de combate à corrupção.
"A ideia de que nós não precisamos de delegados de partidos mas sim de representantes dos cidadãos é essencial e está mais ligado com esta questão da corrupção do que parece."