Pode haver uma "explosão de custos" de medicamentos contra a obesidade e a diabetes
25-10-2022 - 00:25
 • João Malheiro

O fármaco produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk está a ter problemas de escassez em Portugal e em outros países. O presidente da Associação Protetora de Diabéticos de Portugal perspetiva um desafio político "não só nacional, mas também internacional" para garantir o acesso de uma população cada vez mais obesa e diabética aos novos medicamentos.

O presidente da Associação Protetora de Diabéticos de Portugal, José Manuel Boavida, antecipa uma "explosão de preços" dos medicamentos contra a obesidade e a diabetes.

José Manuel Boavida diz, à Renascença, que as farmacêuticas estão a preparar fármacos que já servem para a diabetes que vão agora ser usados também para tratar a obesidade.

"São mais fortes e eficazes e isso também implica que vão ser mais caros", realça.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse, esta segunda-feira, que a prescrição de um medicamento para a diabetes tipo 2 vai ficar mais rigorosa para evitar que os fármacos sejam dispensados a pacientes que não sofram desta doença.

O fármaco produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk está a ter problemas de escassez em Portugal e em outros países.

O especialista perspetiva um desafio político "não só nacional, mas também internacional" para garantir o acesso de uma população cada vez mais obesa e diabética aos novos fármacos.

"Como é que pudemos introduzir inovação e medicamentos mais caros para populações que já não são os 13% dos diabéticos, em Portugal, mas são 30% de pessoas com obesidade ou 60% com excesso de peso?", questiona.

José Manuel Boavida garante também que, mesmo com a escassez do atual medicamento da Novo Nordisk, ainda há outras formas de tratar a diabetes no mercado português.