Bispos condenam ataques contra o cardeal Ambongo e contra a Igreja
03-08-2021 - 11:31
 • Olímpia Mairos

Conferência Episcopal Congolesa fala num “grave ataque à liberdade de religião e expressão, mas também uma violação da democracia”.

Os bispos da República Democrática do Congo (RDC) exprimem, em comunicado, toda a sua indignação pelos ataques a que tem sido submetido o arcebispo de Kinshasa, cardeal Fridolin Ambongo, e a Igreja no País.

De acordo com o portal de notícias do Vaticano, no domingo, a residência do arcebispo de Kinshasa, cardeal Ambongo, foi alvo de um grupo de jovens não identificados que cometeram atos de vandalismo e entoaram slogans insultuosos contra o prelado, que tinha sido sujeito no dia anterior, a acusações ofensivas do secretário-geral da União para a Democracia e o Progresso Social, Augustin Kabuya.

O líder político do partido no Governo, entre outras coisas, acusou o cardeal Ambongo, juntamente com o secretário-geral da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), padre Donatien Nshole, de quererem “politizar” a Igreja.

Os ataques estão relacionados com as divergências na reorganização da Comissão Eleitoral Nacional Independente (Ceni), com vista às eleições presidenciais de 2023 que a Igreja gostaria que fosse independente da política e expressão da sociedade civil.

Segundo a Conferencia Episcopal Congolesa CENCO), nos últimos meses, têm sido cometidos “atos abomináveis” e “crimes hediondos” que merecem uma punição rápida e “exemplar”.

Numa declaração tornada pública pela Rádio Okapi, a CENCO afirma tratar-se de um “comportamento irresponsável”, e convida os fiéis a permanecerem “extremamente vigilantes” e a não se deixarem “influenciar por ninguém”.

A CENCO manifesta-se também “entristecida” pelos repetidos atos de vandalismo, profanações e roubos de objetos sagrados que se verificaram nos últimos quatro meses contra várias igrejas e lugares de culto na Diocese de Mbuji-Mayi, no leste do Kasaï.

As violências “inadmissíveis” constituem “um grave ataque à liberdade de religião e expressão, mas também uma violação da democracia”, denuncia a Conferência Episcopal Congolesa.