Governo vai criar "código de conduta" e dá por "encerrado" caso das viagens pagas pela Galp
04-08-2016 - 17:07

"Os três governates fizeram questão de reembolsar as despesas do patrocinador" e têm condições políticas para continuar no cargo, defende o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Governo dá por "encerrado" o caso das viagens paga pela Galp a três secretários de Estado, mas anuncia a criação de um "código de conduta" para desfazer todas as dúvidas.

A reacção do executivo surgiu esta quinta-feira à tarde numa declaração aos jornalistas do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que está a substituir o primeiro-ministro, António Costa, que se encontra de férias.

Em causa estão as viagens pagas pela Galp a três secretários de Estado para ver jogos da selecção portuguesa no Europeu de Futebol. Santos Silva argumenta que se tratou de "uma iniciativa de apoio público à selecção", suportada por um dos patrocinadores da selecção que pagou os custos.

"Iniciativa que não é a primeira vez que acontece e que mobilizou dezenas de personalidades, entre os quais três membros do Governo”, referiu o chefe da diplomacia portuguesa.

O ministro prosseguiu, esclarecendo que, tendo a iniciativa suscitado dúvidas na opinião pública, "os três governates fizeram questão de reembolsar as despesas do patrocinador" e têm condições políticas para continuar no cargo.

"Ao fazê-lo, do ponto de vista do Governo o caso fica encerrado", sublinhou.

Perante a polémica e para não haver dúvidas no futuro, Augusto Santos Silva anuciou que "o conselho de ministros aprovará um código de conduta para membros deo Governo e altos dirigentes da administração publica".

Os governantes que foram ao Euro 2016 com custos pagos pela Galp são o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade; o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos; e o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.

O CDS exige a demissão de Rocha Andrade e o PSD considera que há "indícios de crime". O Bloco de Esquerda e o PCP criticaram os governantes envolvidos no caso, mas não exigem demissões.