Brexit. Mário Centeno abre porta a "outro acordo” com o Reino Unido
15-01-2019 - 15:54
 • Renascença, com agências

Para o presidente do Eurogrupo, “praticamente qualquer coisa é melhor do que uma saída sem acordo”, e por isso está disponível para "abrir todos os dossiês".

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, abriu esta terça-feira a porta a um “outro acordo" com o Reino Unido caso a Câmara dos Comuns rejeite esta noite aquele que Theresa May alcançou com a União Europeia para tirar o país do bloco.

Segundo o ministro das Finanças português, uma saída sem acordo “não pode ser concretizada”, pelo que, no seu entender, há espaço para que Londres e Bruxelas possam voltar à mesa de negociações.

"Vamos ver o resultado (da votação) hoje e poderemos ajustar a nossa trajetória", disse o ministro em Estrasburgo. “Podemos abrir todos os dossiês… Precisamos de tomar decisões informadas, com calma, e evitar uma saída sem qualquer acordo”, disse o presidente do Eurogrupo à estação televisiva SIC.

“Praticamente qualquer coisa é melhor do que uma saída sem acordo”, tinha já defendido Mário Centeno, numa cerimónia comemorativa dos 20 anos de moeda única.

"Espero, sinceramente, que se tome a decisão que melhor acautele o futuro. É evidente que tem de haver um acordo - seja este acordo, outro acordo", acrescentou em declarações aos jornalistas portugueses, à margem dessa cerimónia.

“Nos últimos meses aprendemos muito sobre as dificuldades que uma saída da União Europeia tem”, disse também o ministro português, na mesma cerimónia, ao Diário de Notícias. “A União Europeia é uma área económica poderosíssima, de enorme estabilidade, que trás imensos benefícios para os seus cidadãos”, disse ainda Mário Centeno.

Questionado sobre os possíveis efeitos do Brexit na economia da Europa dos 27, Mário Centeno afastou a hipótese de crise, mas admitiu que uma saída sem acordo teria efeitos nefastos para a zona euro. “É o pior cenário para a zona euro, para a União Europeia, mas acima de tudo, para os cidadãos do Reino Unido”, disse o presidente do Eurogrupo, reforçando a necessidade de um acordo.