Central de Almaraz. Ativistas portugueses e espanhóis protestam em Nisa
11-05-2019 - 11:13
 • Lusa

Central, que está a atingir os 40 anos, pode representar “uma séria ameaça, não só a Espanha mas também a Portugal e a toda a Europa”.

Sensibilizar a opinião pública e os Governos de Portugal e Espanha para o “perigo da continuidade em funcionamento” da central nuclear de Almaraz junta este sábado em Nisa ativistas ambientais dos dois países.

A ação realiza-se na barragem de Cedillo, na fronteira dos dois países e é organizada pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), que exige o encerramento da central e futuro desmantelamento, como explicou Nuno Sequeira, ambientalista da associação Quercus e também coordenador do MIA.

O Governo espanhol, mas também o português, devem tomar “medidas fortes” no sentido de não autorizarem “a continuidade em funcionamento” da central, que está a atingir os 40 anos e pode representar “uma séria ameaça, não só a Espanha mas também a Portugal e a toda a Europa”.

“O perigo só termina quando o Governo espanhol anunciar a data para o encerramento da central e medidas que conduzam ao encerramento e depois desmantelamento da estrutura”, salientou o responsável.

As três empresas de eletricidade detentoras da central nuclear chegaram recentemente a acordo para pedir a extensão da licença de funcionamento de Almaraz, que termina em junho do próximo ano.

“Neste momento o Governo espanhol tem essa decisão para tomar, aguardamos que o Governo tome a decisão no sentido de não autorizar a continuação do funcionamento” da central, ou a autorizar que “seja por um período muito curto”, um “primeiro passo para o encerramento faseado”, disse Nuno Sequeira.

E quanto a essa decisão, salientou, Portugal “tem de ser ouvido”, já que a central nuclear está a uma distância muito curta da fronteira portuguesa, “tem tido problemas com regularidade”, e no caso de um acidente “Portugal pode ser afetado”.

Nuno Sequeira apelou ao Governo português “para que não deixe cair a questão” e disse que Almaraz deve fazer parte do debate na campanha das eleições legislativas deste ano.

O MIA lembra que a central fica na província de Cáceres a cerca de 100 quilómetros de Portugal e diz que tem havido incidentes e que houve já situações em que os níveis de radioatividade eram superiores ao permitido. Numa situação de contaminação de águas ou do ar Portugal, diz, pode ser afetado.

Num comunicado, o movimento pede que o Governo espanhol impeça “todas as tentativas” para alargar período de funcionamento da central, e que o Governo português atue “com mais celeridade e firmeza” e recorra de novo, se necessário, às autoridades europeias.