O primeiro-ministro israelita alerta o povo libanês de que poderá enfrentar a mesma destruição e sofrimento que os palestinianos em Gaza, se não libertarem o país do Hezbollah. Numa mensagem de vídeo divulgada terça-feira à tarde, Benjamin Netanyahu acrescentou: "Libertem o vosso país do Hezbollah para que esta guerra possa terminar.” E acrescentou que as forças israelitas eliminaram os possíveis sucessores do falecido líder do Hezbollah, referindo-se a Hashem Safieddine.
Também esta tarde, mas em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhou que o mundo está à beira de uma guerra total no Líbano, mas ainda há tempo para parar.
"Tenho avisado há meses sobre os riscos de o conflito se alastrar. O Médio Oriente é um barril de pólvora com muitas partes a segurar o fósforo. E agora, no Líbano, ataques, inclusive contra civis, estão a ameaçar toda a região. Recentemente, as Forças de Defesa de Israel iniciaram incursões através da linha azul. Estamos à beira de uma guerra total no Líbano, com consequências já devastadoras, mas ainda há tempo para parar", disse Guterres, que foi considerado persona non grata em Israel na passada semana.
E numa referência à situação em Gaza, António Guterres fez saber que enviou uma carta a Benjamin Netanyahu, a sublinhar que é vital o trabalho da Agência da ONU para a Assistência aos Refugiados da Palestina.
"O pesadelo em Gaza está agora a entrar num segundo ano atroz e abominável. Ao longo do último ano, após os terríveis ataques terroristas perpetrados pelo Hamas a 7 de outubro, Gaza tornou-se o epicentro de um nível de sofrimento humano difícil de compreender", escreveu, na missiva, o secretário-geral das Nações Unidas.
E continua: "Relatórios indicam que mais de 41.000 pessoas foram mortas, na sua maioria mulheres e crianças. E os trabalhadores humanitários estão a enfrentar perigos épicos sem precedentes. A UNRWA é, mais do que nunca, indispensável. É por isso que escrevi diretamente ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para expressar profunda preocupação sobre a proposta de legislação que pode impedir a Agência da ONU para a Assistência aos Refugiados da Palestina de continuar o seu trabalho essencial no território palestiniano ocupado."
O apelo do secretário-geral da ONU, remetido diretamente por carta para Benjamin Netanyahu.