Há novos critérios para aderir às Forças armadas. Quais são?
25-10-2023 - 20:37
 • Miguel Coelho

O principal objetivo é atrair mais candidatos.

A partir de agora os candidatos às Forças Armadas podem ser admitidos desde que meçam 1,54 metros, independentemente do género.

Antes, a altura mínima para os homens era 1,64 metros e para as mulheres 1,60. Agora o ministério da defesa decidiu que é igual para todos: 1,54 metros. E também foi eliminada a altura máxima.

E há outras mudanças?

Sim, há várias doenças crónicas que deixam de ser motivo para exclusão automática de candidatos.

É o caso, por exemplo, da diabetes tipo 2, que não seja tratada com insulina, das disfunções da tiroide ou outras de foro endocrinológico.

Estas situações passam a ser analisadas individualmente por uma junta médica, como já acontece, de restos, para a infeção pelo vírus VIH.

E quais é que são os motivos para exclusão?

A massa corporal é um factor importante. Ficam de fora os candidatos que tenham massa corporal inferior a 18 e superior a 30.

Outro critério obrigatório é a vacinação. E aqui é outra novidade, quem não cumprir o plano nacional de vacinas fica automaticamente excluído da vida militar.

Em matéria de doenças, a lista é longa, mas, por exemplo, não se aceitam candidatos que tenham tuberculose, lepra, sífilis, anemia. Também fica de fora quem sofre de insuficiência renal, tem doenças musculares ou de coluna.

E os critérios de “acuidade visual e perceção acromática” também foram revistos e alargados

Qual é o objetivo destas mudanças?

O principal objetivo é atrair mais candidatos.

As Forças Armadas há muito que se debatem com falta de efetivos, temos dado conta desse problema que se arrasta há muito tempo, e sem solução.

Há dificuldades em recrutar e nunca houve tantas saídas. Só no ano passado, de acordo com a Associação de Oficias, as Forças Armadas perderam cerca de 10 mil militares, 7,2% do efetivo.

Mas é preciso dizer que esta lista de critérios não era atualizada há mais de 20 anos.

O Ministério da defesa diz que esta revisão teve em conta a evolução das tarefas desempenhadas pelos militares e o avanço do conhecimento científico, bem como os normativos da Organização Mundial de Saúde.