Depois da pandemia, a guerra. Marcelo pede que "não se brinque com o fogo" nas decisões monetárias
11-03-2022 - 11:50
 • Olímpia Mairos , Susana Madureira Martins

O Presidente da República pede uma "mobilização nacional" para resistir neste tempo pós pandemia, que é agora também de guerra na Europa.

O Presidente da República pede cautela para que se evitem precipitações na tomada de decisões de política monetária e deixa um aviso.

“Brincar com o fogo nunca foi muito inteligente, na economia como na política, em particular em tempos de guerra”, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma conferência da Ordem dos Economista, na Fundação Gulbenkian.

O chefe de Estado diz que o mundo e Portugal não acabam em 2022 ou 2023 e que é preciso pensar para além. “Há mais Portugal para além destes tempos, tão exigentes e mesmo dramáticos”, disse Marcelo, pedindo que “os encaremos com coragem e sem tibiezas, que os encaremos, porém, a pensar no que sobrará e será muito e será essencial para além dele”.

A prioridade agora é “abreviar a guerra” na Ucrânia, “e evitando sempre o que pode enfraquecer economicamente aqueles, como a UE, que têm de manter o seu vigor até ao fim desta guerra e depois dela”.

“Ou seja, como muito bem disse o senhor governador do Banco de Portugal: evitando precipitações em decisões monetárias neste ano de 2022, que, somadas aos sinais já existentes, agravariam o risco de alguma estagnação”, prosseguiu o chefe de Estado, que discursou depois de Mário Centeno.

O Presidente da República pede também mobilização nacional para resistir neste tempo pós pandemia, que é agora também de guerra na Europa.

Marcelo Rebelo de Sousa falava esta manhã na Fundação Gulbenkian, numa conferência promovida pela ordem dos economistas e pediu resistência imprescindível para que a ambição não se perca.

“Mobilização nacional do maior número de todos nós na diversidade própria de uma democracia, diversidade de formações, diversidade de juízes, diversidade de posicionamentos políticos económicos e sociais; mobilização nacional para resistir no mais urgente, urgente, e para ambicionar o mais necessário do necessário; mobilização nacional a aguentar mais estas provações, a acolher mais estes injustiçados pelo destino, a não desistir do futuro por causa do choque do presente”, destacou.