Monkeypox. Portugal é o país com mais casos por milhão de habitantes
01-07-2022 - 07:01
 • Maria Costa Lopes

“Do ponto de vista epidemiológico é um número alto, mas não se traduz numa situação de emergência”, garante virologista Pedro Simas. Vacinas devem chegar a Portugal a partir de 5 de julho, indica à Renascença fonte da DGS.

Portugal é o país com mais casos de varíola dos macacos por milhão de habitantes, de acordo com os dados estatísticos mais recentes do site Our World in Data.

A média dos últimos sete dias situa-se agora nas sete infeções por milhão de habitantes. Desde a chegada da doença a Portugal, em maio deste ano, foram diagnosticadas 402 infeções.

De acordo com o virologista Pedro Simas, este número “não é normal, tendo em conta o modo de transmissão e a virulência do monkeypox”.

Para o especialista, há dois motivos que podem estar na origem deste cenário. Por um lado, “estamos a testar muito e temos um bom sistema de vigilância”, por outro “temos uma relação muito estreita com os países de África, onde esta esta infeção viral é endémica.”

À Renascença, a DGS confirma o primeiro cenário apontado por Pedro Simas e garante que apostou “numa estratégia de deteção precoce de casos suspeitos, promovendo a necessidade de reportar e diagnosticar todos as infeções”.

Para além de Portugal, outros oito países europeus estão no top 10 de nações com maior número de infeções: Países Baixos, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Suíça, Irlanda, Noruega e França.

Vacinas a partir de 5 de julho, “para conter surtos locais”

A União Europeia adquiriu um lote de 109.090 doses da vacina de última geração contra a varíola, eficazes contra o Monkeypox, para distribuir pelos Estados-membros.

A Portugal foram destinadas 2.700 vacinas para pessoas que tiveram contacto com doentes com a varíola dos macacos, que deverão chegar a partir de 5 de julho.

A informação é adiantada à Renascença pela Direção-Geral da Saúde (DGS), depois de Graça Freitas ter previsto que chegariam até ao final de junho.

As vacinas chegam a partir de 5 de julho, mas a DGS não adianta quando deverá ser iniciada a vacinação.

Em declarações à Renascença, Pedro Simas explica que “as vacinas são utilizadas principalmente para conter pequeno surtos locais”.

O virologista acrescenta que as inoculações “podem ser utilizadas para contactos de risco ou podem ser utilizadas para pessoas que têm um comportamento de risco", e defende a informação como arma para travar a doença.