Está em curso a terceira operação para retirar civis de Mariupol e de Azovstal
05-05-2022 - 21:02
 • Renascença

Anúncio foi feito por António Guterres no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nas duas operações anteriores foram retirados cerca de 500 civis da região de Mariupol.

Começou esta quinta-feira à noite a terceira evacuação de civis do complexo siderúrgico de Azovstal e da cidade de Mariupol, anunciou o secretário-geral das Nações Unidas.

Falando no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, António Guterres confirmou que "uma terceira operação [de retirada de civis de Mariupol] está em andamento - mas é nossa política não fornecer detalhes sobre qualquer uma delas antes de serem concluídas, para evitar minar possíveis sucessos".

Guterres revelou, ainda, que, nas duas operações anteriores foram retirados cerca de 500 civis da região de Mariupol.

Durante a sua intervenção, o secretário-geral das Nações Unidas reafirmou que a invasão da Ucrânia constitui uma “violação da integridade territorial” assim como “uma violação da carta das Nações Unidas”.

Guterres disse, ainda, esperar que “a coordenação entre Moscovo e Kiev” continue para que haja mais “pausas humanitárias” permitam uma "passagem segura" aos civis sitiados.

No balanço da viagem recente à Rússia, Ucrânia e Polónia, que teve como foco a questão humanitária, o secretário-geral disse ter obtido "algum sucesso".

"Entrei numa zona de guerra ativa na Ucrânia sem possibilidade imediata de um cessar-fogo nacional e com um ataque em grande escala em curso no leste do país", relatou.

"No meu encontro com o Presidente [russo, Vladimir] Putin, sublinhei, portanto, o imperativo de permitir o acesso humanitário e evacuações de áreas sitiadas, incluindo (...) Mariupol. Exortei veementemente a abertura de um corredor humanitário seguro e eficaz para permitir que os civis alcancem a segurança a partir da fábrica de Azovstal. (...) Tenho o prazer de relatar algum tipo de sucesso", disse Guterres.

Nos últimos dias, a ONU já conseguiu retirar cerca de 500 pessoas do complexo metalúrgico Azovstal e arredores, em duas operações de retirada de civis realizadas em conjunto com a Cruz Vermelha.

"Os civis retirados compartilharam histórias emocionantes com funcionários da ONU. Mães, filhos e avós frágeis falaram do seu trauma. Alguns precisavam urgentemente de cuidados médicos", disse o secretário-geral.

Guterres disse ainda esperar que a coordenação contínua com Moscovo e Kiev leve a mais pausas humanitárias para permitir aos civis uma passagem segura para longe dos combates.