As Forças de Defesa de Israel (IDF) levaram, esta terça-feira, uma equipa de jornalistas estrangeiros ao kibbutz (vila) Kfar Azza, uma das localidades atacadas pelo Hamas desde sábado, onde famílias inteiras de israelitas foram mortas pelos militantes palestinianos.
Após terem divulgado imagens dos combates no terreno contra os islamitas, começaram a surgir notícias do "fedor a morte" encontrado por soldados e repórteres em Kfar Azza, com relatos de dezenas de mortos, incluindo crianças, a maioria decapitadas. Entre elas, adiantam alguns media, contam-se 40 bebés.
Várias casas foram queimadas com os seus residentes no interior, indicaram as IDF. Nas fachadas e nos telhados veem-se buracos de balas. Numa das casas, as forças israelitas encontraram uma granada por explodir debaixo da mesa da cozinha.
"Isto não é uma guerra ou um campo de batalha, é um massacre", disse o major general Itai Veruv. "É algo que nunca vi na vida, algo mais semelhante a um progrom do tempo dos nossos avós."
"O que os jornalistas viram hoje foi um massacre: crianças, mulheres e idosos que foram massacrados", adiantou Nir Dinar, porta-voz das IDF, citado pelo Financial Times. "As vítimas são dezenas, ainda estamos a contabilizar."
Cerca de 750 pessoas viviam na localidade, que dista cerca de 2,5 quilómetros da fronteira com a Faixa de Gaza. Segundo o jornal Times of Israel, pelo menos 70 israelitas foram mortos no massacre.
Os correspondentes do New York Times que integravam a comitiva descrevem mais de uma dúzia de corpos inchados espalhados pelas ruas de Kfar Azza, alguns de militantes palestinianos mortos em batalhas no terreno por soldados israelitas, antes da retomada do controlo do kibbutz.
"Na viagem até Kfar Azza esta terça-feira, passámos por várias cenas similares e vimos dezenas de carros queimados e destruídos por balas. Filas de veículos de combate e de soldados israelitas patrulhavam as estradas. Enquanto estávamos na vila, os disparos frequentes de rockets a partir de Gaza fizeram-nos correr para nos abrigarmos."