Bilhete Dourado. “Só houve coragem de tocar nisto quando o senhor todo-poderoso caiu”
13-05-2024 - 10:52
 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

Henrique Raposo comenta a Operação Bilhete Dourado.

“Só houve coragem de tocar nisto quando o senhor todo-poderoso caiu”. É a análise de Henrique Raposo à Operação Bilhete Dourado que motivou buscas à loja do associado do FC Porto e à Porto Comercial, uma empresa da SAD portista.

O comentador d’As Três da Manhã diz que o caso “faz lembrar um pouco José Sócrates, no sentido não na dimensão. Mas era óbvio que quem quisesse ver, percebia que aquelas pessoas tinham bens para os quais não tinham rendimentos legais”.

“Não se escondia isto em ‘off’ ou mesmo em ‘on’. As pessoas falavam disto”, assinala.

“A minha pergunta é: porquê só agora? Porque agora o Pinto da Costa não tem poder. Isto devia ter aparecido muito mais cedo, quando Pinto da Costa - e toda aquela organização que ele tinha ali montada - tinha poder”.

Raposo realça que “agora é muito fácil, e, portanto, as provas parecem muito claras, parecem ser inequívocas, mais uma vez, como as provas que tínhamos contra José Sócrates”.

“Bastou entrar ali e eles tinham tudo ali à mão, debaixo do nosso nariz. E, portanto,, mais uma vez, não é possível elogiar a nossa justiça”, diz.

Questionado sobre se só há capacidade de fazer isto, quando alguém perde poder, Raposo entende que, “no caso do Futebol Clube do Porto, parece evidente que só houve coragem de tocar nisto quando o senhor todo-poderoso caiu”.

No seu espaço de comentário na Renascença, Raposo dá o exemplo do trabalho que foi feito pelo presidente do Sporting, no sentido de disciplinar o clube e retirar o poder à Juve Leo.

“O Varandas disciplinou o clube, aparentemente a Juve não tem o poder que tinha, sobretudo aquele poder nocivo que as claques têm”, diz, concluindo que “é possível mudarmos os clubes e tirar de dentro dos clubes o poder que as claques têm”.