António Costa: "É prematuro decretar o estado de emergência"
24-10-2020 - 14:26
 • Maria João Costa

Em resposta a uma pergunta da Renascença, António Costa lembra que a decisão de decretar o estado de emergência “compete ao Presidente da Republica”. No entanto, o chefe de Governo é categórico ao dizer que “o estado de calamidade é o estado adequado” à atual situação.

“Vamos monitorizando a situação” afirma António Costa. Perante o aumento do número de casos positivos e de mortes por causa da Covid-19, o primeiro-ministro considera que é para já “prematuro” decretar o estado de emergência.

Em resposta a uma pergunta da Renascença, António Costa lembra que a decisão de decretar o estado de emergência “compete ao Presidente da Republica”. No entanto, o chefe de Governo é categórico ao dizer que “o estado de calamidade é o estado adequado” à atual situação.

António Costa, em declarações à margem da conferência anual da revista "Visão", esta manhã em Lisboa refere que “isto não é uma corrida de curto prazo. É uma verdadeira maratona”. Com a perspetiva do inverno pela frente, o primeiro-ministro aponta que “é fundamental controlar a pandemia nesta fase, porque quando chegarmos à altura em que o inverno é mesmo duro, onde a gripe está mesmo aí, a pressão vai ser ainda maior”.

Em declarações aos jornalistas, na Estufa Fria, o primeiro-ministro lembrou que a situação nos hospitais está a ser “monitorizada”. Costa explica: “Vamos aumentando o número de camas dedicadas à Covid, consoante as necessidades, sabendo que há um limite a partir do qual, o aumento da capacidade de responder à Covid começa a prejudicar a capacidade de responder a outras necessidades”.

Sobre a decisão ontem, do parlamento ter aprovado o uso generalizado de máscaras na rua, o primeiro-ministro lembra que “foi uma decisão difícil”. António Costa que diz ser “um incómodo”, considera que a medida que “reforça a consciência de que depende de nós controlar esta pandemia, se não queremos ter encerramentos mais globais.”

Ainda sobre se as restrições de circulação no próximo fim-de-semana e alargadas até dia 3 de dezembro, António Costa afasta a ideia de que seja “um teste” para o Natal. “A medida justifica-se e temos de as ir adotando” afirma o primeiro-ministro que diz ser necessário “evitar as concentrações” nesse fim-de-semana, lembrando que o presidente da República prepara uma cerimónia de homenagem aos mortos.

Questionado sobre o caso de um casamento com cerca de duzentos convidados em Arruda dos Vinhos, António Costa lembrou que a restrição do número de convidados só se aplica a eventos agendados depois de decretado o estado de calamidade.

“O excesso de fadiga das pessoas relativamente s medidas e a mutação da faixa etária em que é predominante a incidência - é verdade que temos tido mais casos, mas com menos gravidade - isso tem diminuído a perceção do risco” disse António Costa.

O primeiro-ministro explicou que o Governo está a optar por “ir distribuindo e guardando as medidas para as utilizar no momento em que elas são estritamente necessárias, para evitar o excesso de cansaço.”