Novo Aeroporto. Adiar decisão custa sete mil milhões de euros e 28 mil empregos
14-07-2022 - 11:14
 • Lusa

Estimativa é o cenário mais otimista do estudo feito pela EY. Presidente da Confederação do Turismo de Portugal diz que se discute a questão há tempo e que "é altura de dar um basta".

O adiamento do novo aeroporto custa cerca de 7.000 milhões de euros e 28.000 empregos "no cenário mais otimista", de acordo com o estudo da EY para a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) divulgado esta quinta-feira.

Este é "um problema que se arrasta há muitos, muitos anos", afirmou o presidente da CTP, Francisco Calheiros, que falava na apresentação das conclusões do estudo "Impacto económico da não decisão sobre a implementação do novo Aeroporto de Lisboa", que esta a decorrer em Lisboa.

Francisco Calheiros salientou que a importância do novo aeroporto não é só para o turismo, afirmando que é "uma infraestrutura nacional extremamente importante" para a economia portuguesa e para outras atividades.

"É uma grande infraestrutura nacional que é urgente", acrescentou, salientando que se discute há tempo demais o novo aeroporto e que "é altura de dar um basta".

O estudo analisa quatro cenários.

Segundo o estudo, "tendo em conta o tempo necessário até à operacionalização de um novo aeroporto, a procura não satisfeita pelo Aeroporto Humberto Delgado implicará custos muito significativos durante os próximos anos, em especial no setor do turismo, mas também indiretamente em toda a economia portuguesa".

No cenário onde os impactos económicos "são mais plausíveis no tempo" - Portela+1, disponível em 2028 e existindo uma recuperação mais rápida da procura) -, "estima-se que a perda potencial acumulada de riqueza gerada (VAB) até 2027 atinja os 6,8 mil milhões de euros, associado em média a menos 27,7 mil empregos anualmente e a uma perda de receita fiscal estimada em 1,9 mil milhões de euros".

Ou seja, somando ao VAB não realizado os impostos não cobrados, "o país pode vir a perder cerca de 9.000 milhões de euros até 2027", refere o estudo.

As perdas económicas poderão atingir a 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 0,95% no emprego, "neste cenário de decisão adiada e recuperação rápida".