85% da população com vacinação completa "entre a terceira e a quarta semana de setembro"
07-09-2021 - 08:44
 • Marta Grosso , Anabela Góis (entrevista)

O coordenador da "task force" para a vacinação contra a Covid-19 revela na Renascença que, até esta terça-feira, 85,1% da população foi vacinada com uma dose e 76,4% com duas.

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O vice-almirante Gouveia e Melo mantém a meta de 85% da população totalmente vacinada, que deverá ser alcançada "entre a terceira e quarta semana de setembro".

Entrevistado n'As Três da Manhã, nesta terça-feira, o coordenador da "task force" confirma que Portugal já administrou quase 14 milhões e 392 mil doses de vacinas, mais de seis milhões das quais segundas doses (76,4% da população) e mais de três milhões e 800 mil de primeiras doses (85,1%).

Entre as pessoas vacinadas estão "cerca de 50 mil imigrantes irregulares", avança o vice-almirante. "E continuamos à procura deles", acrescenta, garantindo que não existe razão para estas pessoas terem medo.

"Este processo é de saúde e não tem nada que ver com autoridades. É completamente limpo de consequências, a não ser a boa saúde desses migrantes", afirma.

Segundo o coordenador do processo de vacinação, o país está preparado "para vacinar até 200 mil" migrandes ilegais.


Já na segunda-feira, a “task-force” tinha apelado a todos os migrantes que se vacinassem, independentemente de terem a sua situação regularizada. O comunicado adiantava apenas precisam de ser “detentores de um documento válido que os permita identificar” e que se podem dirigir a qualquer centro de vacinação em modalidade “Casa Aberta”.

Quanto ao atraso na vacinação no Algarve, o vice-almirante atribui ao período de férias. "O que aconteceu é que, durante este período de férias no Algarve, houve muita gente a trabalhar e não se apresentou à vacinação. Estamos em crer que, a partir de agora, com o fim das férias e menos população não residente, essas pessoas se apresentem ao processo de vacinação e rapidamente o Algarve recupere a percentagem face ao resto do continente".

"O receio que devemos ter é apanharmos o vírus"

Nestas declarações, Gouveia e Melo reforça a importância da vacinação.

"A vacinação é o processo mais seguro para nos defendermos deste vírus", defende, pois "o vírus ainda está numa fase pandémica e vai estar ainda algum tempo".

"É muito perigoso sermos apanhados pelo vírus, porque a incerteza do processo, mesmo para jovens, é muito elevada", alerta o coordenador da "task force", para quem os receios existentes sobre a vacinação são "infundados".

"O receio que devemos ter é apanharmos o vírus num processo que ainda é pandémico e numa altura em que ainda há muita gente a entrar no país. O vírus não está controlado ao nível mundial", sublinha.


Nesta entrevista, o vice-almirante disse ainda não saber o que irá fazer depois desta missão, mas que aceitará o que lhe for atribuído pela sua "minha estrutura superior".

"Sou militar e como tal cumprirei os objetivos que me forem dados. Alguém me há-de dizer o que fazer na minha carreira e no meu futuro", afirmou.

Gouveia e Melo respondeu também a perguntas das Três da Manhã sobre autógrafos e eventuais cargos noutros departamentos da administração pública.


O primeiro-ministro garante que Portugal está a chegar a uma fase de controlo da pandemia. Na segunda-feira à noite, à TVI, António Costa diz que grande parte do esforço se deve à vacinação, mas também à resiliência das empresas, sendo Portugal o país da União Europeia que mais cresceu economicamente no último trimestre.

Ainda assim, à Renascença, o infecciologista Jaime Nina considera que só será possível “controlar o vírus” quando todas as crianças estiverem vacinadas, incluindo as com menos de 12 anos.

“Mal haja evidência científica de que as vacinas nas crianças são seguras, devemos fazer uma campanha de vacinação”, defendeu.

Para breve está a decisão do Parlamento sobre o uso de máscara na rua, cuja obrigatoriedade pode terminar já no domingo, dia 12. PS e PSD já anunciaram que vão votar a favor do fim do uso obrigatório, mas ao nível dos especialistas a opinião divide-se: a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) defende a continuidade do uso obrigatório ao ar livre; o bastonário da Ordem dos Médicos considera que chegou “o momento certo para deixarmos de utilizar a máscara na rua, sobretudo se as pessoas continuarem a cumprir as outras regras de prevenção e proteção”.

À Renascença, Miguel Guimarães considera que o fim da máscara ao ar livre “é importante”.

O Presidente da República também já se mostrou favorável ao fim da obrigatoriedade e garante que não vai vetar o diploma que permita andar na rua sem máscara a partir de 12 de setembro.

Marcelo deixa, contudo, à consideração de cada cidadão a prática com se sente mais confortável.

Na segunda-feira, Portugal registou o número mais baixo de novos casos desde 14 de junho (663), mas contou também mais 12 óbitos associados à Covid-19, na sua maioria de pessoas com 80 ou mais anos.

O número de casos ativos baixou para um total de 41.965, mas o número de pessoas internadas aumentou.

A matriz de risco mostra que a incidência e a transmissibilidade do novo coronavírus no país está a diminuir.