"Bloody Sunday". Antigo soldado britânico acusado por massacre de 1972
14-03-2019 - 22:52
 • Renascença, com agências

Decisão foi anunciada pelo Ministério Público da Irlanda do Norte. Outros 16 militares não vão responder perante a justiça por falta de provas.

Quarenta e sete anos depois do massacre da "Bloody Sunday" (Sexta-feira Sangrenta), na Irlanda do Norte, um antigo soldado britânico vai ser acusado de dois homicídios.

A decisão de acusar o “Soldado F” – o nome verdadeiro não foi revelado - sobre o caso ocorrido em 1972 foi anunciada esta quinta-feira pelo Ministério Público irlandês.

Outros 16 militares britânicos e dois elementos do IRA investigados não vão responder perante a justiça por falta de provas.

A decisão deixou “desapontadas” as famílias das vítimas que exigiam que todos os suspeitos respondessem perante a justiça.

O “Soldado F” foi acusado do assassinato de James Wray e William McKinney e de tentar matar Joseph Friel, Michael Quinn, Joe Mahon e Patrick O’Donnell.

O caso remonta a 1972 e é uma das páginas mais negras no conflito na Irlanda do Norte.

Elementos de um regimento de paraquedistas abriram fogo, a 30 de janeiro desse ano, durante uma marcha pelos direitos civis em Bogside, uma zona nacionalista de Londonderry.

Treze manifestantes morreram no local e outros 14 ficaram feridos.

Em 2010, um inquérito judicial à “Sexta-feira Sangrenta” conclui que as vítimas eram inocentes e não representavam qualquer ameaça aos soldados.