Abertura do PS ao diálogo. “Só por isso estas eleições já valeram a pena”
28-01-2022 - 16:48
 • Pedro Mesquita, com Rosário Silva

À Renascença, o militante socialista elogia a abertura do PS para dialogar com o PSD, e com todos os outros partidos, à exceção do Chega. Só por isso, considera Francisco Assis, estas eleições já valeram a pena.

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O militante socialista Francisco Assis vê “com satisfação” a abertura do Partido Socialista para “a viabilização de soluções governativas estáveis”, no caso do PS não ganhar as eleições.

Apesar de estar convencido que o seu partido sairá vencedor do ato eleitoral de domingo, em entrevista à Renascença, Assis destaca o facto do PS ter-se disponibilizado “para dialogar com os partidos à sua esquerda e com os partidos democráticos à sua direita”, com exceção do Chega.

“Não faço nenhuma equivalência entre os partidos mais à esquerda e o CHEGA”, salienta o também presidente do Conselho Económico e Social.

“Acho que há aqui uma fronteira muito grande”, uma vez que o “BE é um partido absolutamente democrático e o PCP é um partido que se integrou plenamente na nossa vida democrática”, mas no caso do partido de André Ventura, refere, “traz um discurso muitíssimo perigoso”.

O antigo líder parlamentar lembra que “nós sempre conseguimos falar com os partidos situados à nossa esquerda, como com os partidos situados à nossa direita”, o que, desde logo, “abre perspetivas diferentes”.

“Que ninguém fique refém de ninguém é bom para a democracia, é bom que os partidos possam dialogar abertamente, uns com os outros, até porque vamos ter um Parlamento fragmentado e isso vai obrigar-nos a um esforço de diálogo permanente, seja qual for o partido que ganhe”, alerta.

Francisco Assis considera que só pela abertura ao diálogo, “estas legislativas já valeram a pena”, motivo que, de resto, também o fez aceitar participar na campanha eleitoral. Participa esta sexta-feira no comício de encerramento da campanha do PS, no Porto.

O socialista, recorde-se, opôs-se à solução de Governo, criada em 2015, por António Costa, com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista “Os verdes”.