Fernando Santos. Uma fé alimentada na Eucaristia
19-11-2015 - 20:45
 • Eunice Lourenço

“Ser católico é acreditar em Cristo vivo que ressuscitou”, afirmou o seleccionador nacional de futebol na sessão desta semana das "Conversas sobre Deus".

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É junto ao sacrário que mais gosta de rezar, é na Eucaristia que alimenta a sua fé, é em S. Paulo que encontra as palavras para dar testemunho – é assim a fé testemunhada por Fernando Santos, seleccionador nacional de futebol, em mais uma sessão das Conversas sobre Deus, iniciativa que decorre semanalmente na Capela do Rato, em Lisboa, moderada por Maria João Avillez.

A conversa começou com a jornalista a contar que, há uns anos, numa missa semanal em Cascais, se cruzou com Fernando Santos. “Pensei ‘Que estranho!’ Percebi que só podia ser sinal de uma relação não rotineira com Deus”, contou Maria João Avillez. “Percebi que preciso alimentar a fé. Percebi que podia alimentar a fé na Eucaristia”, disse Fernando Santos, contando que, desde 1994, a primeira coisa que faz é rezar e ler as leituras da missa do dia.

Para o seleccionador nacional, ser católico é “uma exigência muito forte”, é “acreditar em Cristo vivo que ressuscitou” e dar testemunho disso é como que uma militância: “Não podemos deixar de dar testemunho independentemente da profissão que tenhamos.”

Fernando Santos contou que nasceu numa família cristã, mas que não tinha prática religiosa. Andou na catequese, foi crismado, mas depois foi-se afastando. “Sabia que havia Deus, não mais do que isso”, recordou. Mas nunca deixou de rezar ao Anjo da Guarda.

Casou pela Igreja, baptizou os filhos, mas sem nunca voltar a uma vida de católico praticante. Até que, por altura da preparação da filha para o Crisma, começou a ficar “inquietado” e sentiu “necessidade de perceber um bocadinho melhor o que estava a acontecer” à filha. Na mesma altura, calhou dar boleia a um padre a quem pediu para ter uma conversa. A conversa aconteceu, o padre deu-lhe um livro – “A Fé Explicada” – e Fernando Santos começou a ir à missa com a mulher. Mas ainda faltava alguma coisa. “Via toda a gente a ir lá à frente, toda a gente ia comer e eu não ia”, contou. E, mais uma vez, teve de ir conversar com o padre. E a conversa tornou-se confissão.

Entretanto, foi despedido do Estoril – o fim de uma relação de 20 anos. E quanto chegou a casa, tinha lá uns amigos, para o consolarem, mas que lhe propuseram ir a um retiro do movimento dos Cursilhos de Cristandade. Resistiu, mas foi. “Fui para lá pôr a cabeça em ordem”, conta. “[Mas] Levei porrada que até dancei”, recordou o seleccionador que, naquele fim-de-semana, descobriu “Cristo vivo em cada um de nós”.

“Foi um momento determinante na minha vida”, confessou Fernando Santos. Foi há mais de 20 anos. Hoje assim continua para o agora seleccionador, que continua a aprofundar a fé, a ir à missa e a rezar. De preferência frente ao Santíssimo Sacramento. “O lugar onde fico mais à vontade para falar com Ele é no sacrário porque Ele está ali”, afirma Fernando Santos, que todos os dias pede a Deus que “aumente a fé, a esperança e a caridade” em si e na sua casa.

As "Conversas com Deus", conduzidas por Maria João Avillez, prosseguem na próxima quarta-feira, dia 25 de Novembro, com Pedro Mexia. Seguem-se Carminho, Henrique Monteiro e João Taborda da Gama, sempre às quartas-feiras, às 21h30.

Esta é uma iniciativa da Capela do Rato, com o patrocínio da Renascença, que transmite o essencial de cada conversa às quintas-feiras, entre as 22h00 e as 22h30.