Portugal chega aos 60 mortos, Governo aprova mais apoios (mas Conselho Europeu não). Em Itália mortalidade abranda
26-03-2020 - 20:42
• Cristina Nascimento
Direção-Geral da Saúde regista mais de 3.500 infetados, no dia em que se conhecem mais medidas de apoio às empresas e famílias. Lá fora, a China já não lidera a tabela dos países mais afetados. Há também guias para descobrir: um sobre tudo o que já sabemos sobre o coronavírus e dicas para enfrentar dias de isolamento.
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PORTUGAL
DGS garante que letalidade do coronavírus em Portugal "está dentro da média"
- Esta quinta-feira, o balanço de vítimas mortais com Covid-19 em Portugal chegou aos 60. No boletim diário, a Direção-Geral da Saúde também dá conta da existência de 3.544 infetados, mais 549 do que no dia anterior. Olhando para os números de forma mais pormenorizada, é possível saber quais são os concelhos mais afetados e conhecer pormenores sobre as vítimas, nomeadamente que mais de metade têm mais de 80 anos. Numa leitura pelos números portuguesese, a diretora-geral da Saúde diz que a letalidade da doença em Portugal "está dentro da média".
- Hoje foi dia do Governo anunciar também mais medidas de apoio às famílias e empresas para fazer face ao surto de coronavírus, nomeadamente, uma moratória para os empréstimos bancários, o "lay-off" simplificado para evitar despedimentos, o anúncio de que o apoio financeiro às famílias com filhos inscritos nas creches vai ser aplicado nas férias da Páscoa e novas medidas para o setor da cultura.
- Junho ainda vem longe, mas as comemorações do dia 10, dia de Portugal, já estão condicionadas. O anúncio foi feito por Marcelo Rebelo de Sousa que também revelou que estão a equacionar como vai ser assinalado o 25 de abril.
- Antes destas festas, à beira de chegar às férias escolares, o Ministério da Educação também anunciou esta quinta-feira que as escolas vão continuar abertas para receber filhos de trabalhadores essenciais e alimentar os alunos de famílias carenciadas.
- Na área da economia, destaque para as projeções do Banco de Portugal que estimam que a doença vá ter um impacto significativo nas contas portuguesas. A Deco já se adiantou nas contas e garante que os portugueses já perderam 1,4 mil milhões de euros com a quarentena.
- No país real, os portugueses vão-se adaptando. Os CTT e a Associação Nacional de Farmácias, por exemplo, juntaram-se para lançar, um novo serviço de entrega de medicamentos ao domicílio. No Porto, a Câmara Municipal decidiu que vai submeter a testes de rastreio Covid-19 todos os idosos em lares ou residências coletivas. Em Ovar, há uma vida que nasce em mundo Covid-19.
- Neste tempo de isolamento, do mundo da religão, vem o exemplo de quem está enclausurado por opção e foi apanhado no turbilhão do coronavírus. 10 monjas do Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja estão em Itália enquanto o seu mosteiro, em Mirando do Douro está em obras. A clausura é "uma oportunidade para um questionamento mais profundo sobre a vida”, diz a abadessa. Agradecimento é também palavra de ordem. É assim que entende o bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, que escreveu uma carta de agradecimento aos funcionários das instituições e sociais e caritativas do Patriarcado.
MUNDO
Taxa de mortalidade começa a cair em Itália. Conselho Europeu adia resposta à crise para daqui a duas semanas
- A Covid-19 nasceu na China, mas o país continua a ficar para trás no topo das nações mais afetadas. Os Estados Unidos, por exemplo, já têm mais infetados do que a China, segundo o "New York Times", e Itália mais vítimas mortais. A boa notícia para os italianos é que a taxa de mortalidade parece estar a dar sinais de abrandamento.
- Em Espanha os números também não páram de subir. À Renascença, uma médica espanhola diz recear que Madrid venha a ser a próxima Milão e um enfermeiro português em Madrid fala em "medicina quase de guerra" para dar resposta à pandemia na capital, que deveria ter sido "blindada".
- E com os efeitos económicos e sociais desta crise já a fazerem-se sentir em força pela União Europeia, o Conselho Europeu tentou hoje alcançar um acordo para salvar empresas e proteger cidadãos -- sem sucesso. No final da reunião, António Costa admitiu que "não há consenso" entre os Estados-membros, mas há um compromisso: propor ao Eurogrupo que apresente, "no prazo de duas semanas", uma linha de crédito de 240 mil milhões de euros para reforçar a capacidade hospitalar dos 27 e também proteger e apoiar o emprego.
- Já se sabe que mais de um terço da população mundial está em isolamento doméstico. Seguramente é o seu caso também e por isso a Renascença preparou-lhe um guia sobre comida saudável, exercício físico e outras dicas para manter a boa saúde sem sair de casa.
- Quatro meses depois do início do surto, esta quinta-feira fazemos também um apanhado sobre tudo o que já se sabe sobre a Covid-19 e o vírus que provoca a doença.
- E quando o mundo atinge mais de 520 mil infetados, a Organização Mundial da Saúde faz um apelo ao G20: união para combater o novo coronavírus.