Sexta-feira, 10 de julho de 2020
O dia 11 de julho, em que estamos mesmo a entrar, é dedicado ao patriarca São Bento, padroeiro da Europa, que ele mesmo ajudou a sair das cinzas do império romano, e a renascer com a alma lavada entre o chão e o céu.
São Bento nasceu em Núrsia em 480 e estudou em Roma, então atolada em degradação. Olhou mais alto, e foi ao sabor do vento até às montanhas escarpadas de Subiaco, sabendo que Deus não abandona os seus filhos. Aí se recolheu numa gruta talhada nos rochedos, espraiou o olhar pelas deliciosas paisagens circundantes, partilhou o alimento com os pássaros do céu e sentiu bem por perto a mão de Deus.
Foi Deus, na verdade, que modelou, com as suas mãos carinhosas, aquelas pedras serenas e austeras, aquelas colinas, aqueles campos verdes, aqueles lagos azuis, aqueles passarinhos, aqueles lírios do campo, aqueles irmãos que lhe foi dando.
Da gruta de Subiaco mudou-se depois para Montecassino, ergueu um mosteiro, escreveu uma Regra de vida ao ritmo do céu e do chão, do pão e da oração, com muito Evangelho sempre à mão. Juntou muitos irmãos. Antes de morrer, em 547, já tinha desenhado o rosto da Europa que aí vinha. Em 24 de outubro de 1964, São Paulo VI proclamou São Bento Padroeiro da Europa.
São Bento, roga por nós e por esta tua Europa outra vez atolada na indiferença e agora também na pandemia.