Uma peça de teatro que é uma história de amor à literatura
13-02-2019 - 12:57
 • Maria João Costa

"Confissões de um coração ardente" vai estar em palco no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém de 14 a 17 de fevereiro. A peça encenada pela atriz Carla Maciel nasce do amor à literatura de Dostoievski e conta com um elenco de luxo.

Estreia no dia dos namorados, quinta-feira, e é uma história sobre o amor, e de amor de uma leitora pela escrita de Fiódor Dostoiévski.

Carla Maciel fez, como atriz, a peça “O Jogador”, baseada no livro do autor russo. Desde então, despertou para a literatura de Dostoiévski. E agora criou a peça “Confissões de um Coração Ardente”, que está em cena de 14 a 17 de fevereiro, no palco do Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O espetáculo, integrado no Ciclo sobre a Solidão, reúne um elenco de luxo. Gonçalo Waddington, Tonan Quito, Miguel Loureiro, Marco Paiva, Albano Jerónimo e Teresa Coutinho dão corpo à peça que é uma espécie de manta de retalhos dos livros de Dostoiévski. Durante três anos, a atriz Carla Maciel leu de fio a pavio toda a obra do autor russo e dela retirou personagens e excertos que agora são levados à cena.

À Renascença, Carla Maciel conta que ficou “com a pulga atrás da orelha” quando, com Gonçalo Amorim, fez a peça “O Jogador”, o que a levou a ler o resto da obra de Dostoiévski.

“É um autor com quem ganhei uma empatia”, explica a encenadora, que sublinha o facto de Dostoiévski falar “muito bem da condição humana”.

Depois de ler “Os irmãos Karamazov”, Carla Maciel decidiu “mergulhar na obra” do autor russo, onde foi encontrar temáticas que “faziam sentido” para si, como “a fé e o amor”.

Esta é uma peça em que os homens dominam, mas no palco do CCB, cada um deles não é apenas uma personagem mas várias ao mesmo tempo. Dos livros do escritor russo, saem personagens como um “escritor” que Gonçalo Waddington encarna e que nos diz ser “um observador” com o qual o público se poderá identificar.

No palco, entre o cenário que recria uma casa sentamo-nos também com Albano Jerónimo. O ator bem conhecido do grande público por papéis que tem encarnado nas novelas televisivas explica que “estes homens e a mulher que estão em cena refletem o espetro maior que é Dostoiévski”. Na opinião do ator não é preciso ter lido o autor para se ver o espetáculo, mas quem vier pode sair com vontade de ir procurar os livros e segundo Albano Jerónimo “pode começar por um fininho!”

Carla Maciel que está a encenar pela primeira vez explica que em «Confissões de um coração Ardente» “há uma linguagem elevada” e aquilo que quer com a peça que agora estreia é “partilhar” este amor pela obra literária de Dostoiévsky