Quando o VAR é a vedeta do jogo
04-01-2022 - 06:13

O debate nem sempre tem sido pacífico. E isso acontece porque há efetivamente algumas arestas a limar, apenas se estranhando que as entidades responsáveis continuem revelando uma inação inaceitável.

Tivemos ontem à noite em Tondela mais uma cena montada pelo VAR e seus decisores, que constituiu mais uma ajuda para aqueles que desde há muito tempo se batem por alterações no processo de atuação daquele importante instrumento, que veio contribuir para uma nova forma de ver o jogo e sobre ele decidir.

O debate nem sempre tem sido pacífico. E isso acontece porque há efetivamente algumas arestas a limar, apenas se estranhando que as entidades responsáveis continuem revelando uma inação inaceitável, que só prejudica a possibilidade de se caminhar rumo à perfeição que, não obstante isso, será sempre difícil de alcançar no futebol. E têm-se registado exageros difíceis de compreender.

Ontem à noite em Tondela, por exemplo, o VAR do jogo que a equipa da casa disputou contra o Moreirense teve, entre outras, duas intervenções suscetíveis de gerarem discussão.

Em ambos os casos estava em causa a possibilidade do Tondela, em primeiro lugar chegar ao empate, e depois, conseguir o golo da vitória após a transformação de uma grande penalidade quando já iam decorridos 103 minutos de jogo.

A análise desse lance que deu origem à penalidade máxima demorou cerca de oito minutos.

É exatamente aqui que assenta a nossa intervenção, no sentido de entendermos que casos como este não podem acontecer em desafios de alta competição. O espetáculo é particularmente prejudicado e a verdade desportiva não fica salvaguardada.

Propositadamente, não citamos aqui os nomes nem do árbitro do jogo, tampouco do VAR que o auxiliou.

O propósito é bem mais abrangente, porque o exemplo de ontem à noite em Tondela deve merecer debate no seio da arbitragem portuguesa, para que se limitem os erros e não se atrofie o espetáculo de que todos nós gostamos tanto.