Do medo à liberdade. Timorenses fazem balanço de 25 anos de independência
30-08-2024 - 17:23
 • Pedro Mesquita, enviado a Timor-Leste

Que balanço faz a população 25 anos depois do referendo histórico em que Timor-Leste conquistou a independência? Ainda há problemas, mas as coisas estão melhores. "Devagar, etapa por etapa, a gente vai resolver isso".

Vinte e cinco anos depois do referendo que devolveu a liberdade a Timor-Leste, que balanço faz a população de um quarto século de independência.

José Fausto tem 51 anos e lembra-se bem da luta pela autodeterminação em relação à Indonésia. "Agora o país está melhor, todos queríamos a liberdade", afirma em declarações à Renascença.

Este orgulhoso cidadão timorense reconhece que ainda há muita pobreza e problemas na jovem nação, mas tem esperança no futuro. "Ainda temos dificuldades, mas a gente vai ver isso, devagar, etapa por etapa, a gente vai resolver isso", acredita José Fasto.

Este é um país de jovens, que aprenderam dos seus pais o significado das palavras medo e liberdade. Antónia tinha três anos na altura do referendo e não se lembra de "nada", mas conhece bem as histórias contadas pelos mais velhos.

"Muitas pessoas contam que quando eles foram votar foi um momento de medo. Eu consigo imaginar como foi. Com a decisão deles nós conseguimos a liberdade", sublinha Antónia.

Timor-Leste é hoje um país livre, mas ainda com dores de crescimento. Tem problemas de pobreza, é preciso melhorar o saneamento básico e apostar mais na saúde e no ensino. Mas para um jornalista que aqui esteve em 99, e na independência, as mudanças saltam à vista.

Neste dia de festa em Timor-Leste, para comemorar o referendo de 30 de agosto de 1999, as memórias também se partilham em português. Só que hoje já não se calam as vozes.