São considerados os melhores amigos do homem e, com o treino adequado, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e ser uma extensão dos seus donos. É essa a missão da Associação Portuguesa de Cães de Assistência (APCA) que a Renascença foi conhecer no Dia Mundial do Cão, que se assinala esta sexta-feira.

Nos últimos dois anos, a APCA recebeu mais de 350 pedidos de cães treinados. “A maior parte dos pedidos são oriundos de familiares de pessoas autistas, diabéticas, epilépticas ou com deficiências motoras e mentais”, afirma o presidente da associação, Rui Elvas.

Os cães são escolhidos de acordo com as características necessárias para acompanhar os novos donos. “Por exemplo, para apoiar uma pessoa com mobilidade reduzida, é necessário um cão de grande porte para que possa ajudar a abrir uma porta ou a subir para uma cadeira de rodas”, explica Rui Elvas.

Para chegar a estes animais, a associação tem acordos com criadores de Portugal e Espanha que “fazem valores mais baixos do que o normal”, acrescenta.

Dependendo da função de apoio que cada cão vai desempenhar, “o treino pode demorar entre um e dois anos”. A APCA tem ainda uma equipa de oito treinadores, apoiados por psicólogos e terapeutas, para ensinar estes animais.

Segundo Rui Elvas, os pedidos chegam, na grande maioria, de Lisboa e do Porto. “Estamos também a treinar um cão a pedido da Dinamarca e já recebemos outro pedido do Luxemburgo que está em avaliação, neste momento”.

A Associação é contactada pelos mais variados meios, sendo a internet o mais comum.

Com o objectivo de angariar fundos foi lançada esta sexta-feira uma campanha que visa reunir 2.500 euros.

Rui Elvas afirma que este é apenas um pequeno contributo. “Se conseguíssemos cerca de 100 mil euros estaríamos aptos para conseguir dar seguimento à quase totalidade dos pedidos”.

A campanha vai decorrer até dia 21 de Outubro. O dinheiro “vai ainda reverter para a compra de ração e para as contas veterinárias dos cães apoiados e patrocinados pela Associação”.

Em três anos foram treinados quatro cães. Nesta altura, há ainda oito em processo de treino, dos quais três não têm raça definida, outros três são Labradores e dois Jack Russel. Estes cães acompanham pessoas com vários problemas “desde diabetes, autismo, mobilidade reduzida e epilepsia”, explica o presidente da APCA.