Lavrov diz que Moscovo vai reconsiderar ligações com Ocidente e aproximar-se da China
24-05-2022 - 03:34
 • Marisa Gonçalves com Agências

O Ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirma que, no futuro, a Rússia dependerá de “países confiáveis”.

Aquele que é considerado o rosto da diplomacia russa, esteve a participar numa sessão pública de perguntas e respostas, nesta segunda-feira, em Moscovo. Durante a iniciativa denominada “100 perguntas a um líder”, Sergei Lavrov assumiu o objetivo do seu Governo em fortalecer as ligações económicas com a China.

“Existe um benefício económico mútuo. Agora, enquanto o Ocidente assume uma posição de ditador, os nossos laços económicos com a China crescerão ainda mais rápido. Além da receita direta para o orçamento do Estado, isso dá-nos a oportunidade de implementar planos no Extremo Oriente e na Sibéria Oriental”, declarou.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia sustentou que os países ocidentais adotaram uma postura de "russofobia" desde que a Rússia iniciou a sua incursão na Ucrânia, descrita pelo Presidente Vladimir Putin como uma "operação militar especial" para “desnazificar” e “desmilitarizar” a Ucrânia.

Rússia contrai importações

Nessa mesma sessão de perguntas e respostas, Sergei Lavrov assegurou que Moscovo está a prosseguir o trabalho de substituir produtos importados de países ocidentais, com o intuito de, no futuro, passar a depender apenas de “países confiáveis que não sejam controlados pelo Ocidente”.

"Se eles (o Ocidente) quiserem fazer propostas sobre o retomar das relações, então consideraremos seriamente se precisaremos ou não", disse Lavrov, citado pela agência russa de notícias Ria Novosti.

O governante considerou ainda que os políticos ocidentais vão ser forçados a admitir que “é impossível atacar constantemente os interesses vitais da Rússia e dos russos”.

A guerra na Ucrânia, que completa nesta terça-feira três meses, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.