Papa abre Porta Santa em Roma. “Começa o tempo do grande perdão"
13-12-2015 - 14:19

Francisco referiu-se este domingo ao acordo alcançado em Paris para o combate às alterações climáticas, sublinhando que "a sua aplicação exige um compromisso unânime e um generoso empenho de cada um".

O Papa Francisco abriu este domingo a Porta Santa da catedral de Roma, São João de Latrão, e proclamou que com o Jubileu "começa o tempo do grande perdão".

"Este terceiro domingo do advento faz com que assistamos à chegada do Natal, já próximo. Não podemos deixar-nos cair no cansaço; não nos é permitida nenhuma forma de tristeza. Embora tenhamos motivo para tantas preocupações e para as múltiplas formas de violência que ferem a nossa humanidade", disse o Papa na sua homilia.

Criticando a arrogância dos governantes, Francisco assinalou que "num contexto histórico de grandes abusos e violências, por causa sobretudo dos homens do poder, Deus faz saber que Ele mesmo governará o seu povo, que não o deixará nas mãos da arrogância dos seus governantes, que o libertará de cada angústia".

"Hoje é-nos exigido que não baixemos os braços por causa da dúvida, da impaciência ou do sofrimento".

O Papa evocou então a alegria pelo início do Jubileu: "o tempo do grande perdão"."Abrimos a Porta Santa, aqui e em todas as catedrais do mundo. É também um gesto simples e um convite à alegria. Começa o tempo do grande perdão. É o Jubileu da misericórdia", celebrou.

A abertura da Porta Santa aconteceu logo de manhã, sendo seguida pela celebração de missa, uma cerimónia seguida por milhares de fiéis que se juntaram dentro e fora do templo para assistir ao ritual.

As imediações da basílica de São João de Latrão foram marcadas por um aumento considerável da vigilância e controlos policiais devido ao alerta terrorista na Europa que obrigou as autoridades a ter especial atenção aos actos do Jubileu.

Acordo de Paris exige “compromisso unânime e generoso empenho de cada um"

Mais tarde, durante a oração do Angelus, o Papa Francisco saudou a adopção por 195 países, no sábado em Paris, de um acordo sem precedentes de luta contra o aquecimento global, e apelou para se estar especialmente atento aos "mais vulneráveis", particularmente afectados pelas catástrofes ambientais.

"A cimeira sobre o clima terminou em Paris com um acordo que bem podemos qualificar como histórico", disse o Papa. "A sua aplicação exige um compromisso unânime e um generoso empenho de cada um", sublinhou.

O Papa sublinhou que é preciso garantir neste âmbito, e "com um particular atenção", o futuro das "populações mais vulneráveis".

"Exorto a comunidade internacional na sua totalidade, a prosseguir com empenho o caminho encetado, num sentimento de uma solidariedade que deve ser sempre cada vez mais activa", sublinhou.

A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) aprovou um acordo global vinculativo entre 195 países, desenvolvidos e em desenvolvimento, que se comprometem a caminhar para uma economia de baixo carbono e tomarem medidas para limitarem o aquecimento global da atmosfera até 2100 a 1,5 graus centígrados.