No Dia Nacional para a Igualdade Salarial, o comentador da Renascença João Duque diz que “nos mais novos, abaixo de 18 anos, a diferença está a explodir, está a chegar a 40%, isto é, as mulheres ganham menos 40% do que os homens, em termos relativos”.
Sem conseguir explicar o motivo para que tal aconteça, o economista refere que pode ter a ver com “o tipo de trabalho que os muitos jovens estão a fazer e que levem a esta diferença”.
Por outro lado, os dados indicam que na faixa dos 45 aos 64 anos, a diferença salarial tem diminuído.
“Outra curiosidade é que, quando se avalia a distribuição desta diferença pelo território nacional, vemos que é no Algarve onde há a menor diferença e é na Região Metropolitana de Lisboa onde há a maior diferença em termos percentuais”, observa.
De acordo com o Eurostat, aquilo que uma mulher ganha por hora é em média menos 12,5% do que um homem. Seriam necessários 131 anos para anular essa disparidade.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Duque diz que “é agressivo, é muito forte, é uma notícia muito impactante e permite que nós comecemos a aumentar a nossa indignação e comecemos a pedir mais”.
“É preciso fazer mais para criar condições de igualdade entre os dois géneros”, defende, realçando que “essa agressividade tem, em termos nominais, aumentado nos últimos anos, de acordo com os dados do INE, que estão refletidos no trabalho que a Renascença apresenta no seu site, e que está muito detalhado, muito bem feito”.
Segundo o economista, há, no entanto, aqui, um dado que “é importante ressalvar, que é, apesar desta diferença ter aumentado nos últimos anos em Portugal, em termos absolutos, quando se relativiza essa diferença, essa percentagem vem diminuindo, isto é, em termos percentuais, os salários estão a convergir e não estão a aumentar”.
“O que é curioso é ver que esta diferença, mesmo em termos relativos, evolui, por exemplo, de acordo com a área geográfica ou com o nível etário e, portanto, isso é curioso; por exemplo, para os mais jovens, a diferença tem aumentado imenso nos últimos anos”, completa.