​Instituto de Mobilidade vai ter mais funcionários
11-03-2019 - 10:22
 • Anabela Góis com redação

Há relatos de extensas filas em Lisboa e Faro para, por exemplo, renovar a carta de condução, um serviço que pode ser feito online e que o Governo diz estar a ser pouco utilizado.

O Governo vai contratar mais funcionários para o Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT). O anúncio foi feito na Renascença pelo secretário de Estado da Modernização Administrativa.

O governante reconhece, assim, as falhas no atendimento nas delegações de Faro e Lisboa do IMT com extensas filas para quem, por exemplo, precisa de tratar da carta de condução.

“É um problema que está diagnosticado e que estamos neste momento a endereçar especificamente, exatamente porque é um problema muito concreto”, disse Luís Goes Pinheiro.

O responsável lamenta, no entanto, que este serviço esteja disponível online e seja pouco procurado.

“A questão da revalidação da carta de condução deixa-me especialmente triste porque é um serviço que é possível fazer online, todas as pessoas que experimentaram o online ficaram extraordinariamente satisfeitas com o serviço que foi prestado, e, no entanto, são menos de 10% as pessoas que recorreram ao serviço durante o ano 2018”, explicou.

Esta segunda-feira, a Renascença foi tentar perceber melhor a realidade que milhares de portugueses enfrentam diariamente quando se deslocam às lojas do cidadão, centros de saúde e outros serviços do Estado.

Nos locais onde habitualmente há ruído e reboliço, às 5h30 da manhã só alguns sons – como o comboio que passa na estação do Cacém – interrompe o sossego. A poucas dezenas de metros da estação está o centro de saúde, onde, à porta, aguardam já algumas dezenas de pessoas.

"Quando falta um quarto para as seis já não há vagas”, diz Francisco Pereira, um dos utentes à espera que abram as portas. Em primeiro lugar na fila está Isaura Silva que, como não tem médico de família, teve de chegar mais cedo: às 5h00 da manhã.

Fernando Peres, de 84 anos, também chegou cedo, mas desta vez à Loja do Cidadão. É um dos primeiros da fila para renovar o passaporte.

Em Lisboa, no centro de saúde da Alameda, pouco depois das 8 horas já mais de 30 pessoas formam uma fila enorme.

Nas Laranjeiras, à porta da mais concorrida Loja do Cidadão do país, está Luciana Tavares. De pé e grávida de cinco meses. Quando os serviços abrirem, terá uma senha prioritária, mas antes disso a prioridade inerente à sua condição é ignorada pelos outros utentes.