Empresas Petrolíferas rejeitam culpa por subida do preço dos combustíveis
18-10-2021 - 18:52
 • Henrique Cunha

Apetro responde ao ministro do Ambiente, que defende a necessidade do Governo ter a possibilidade de "agir nas margens" de comercialização dos combustíveis.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) afirma que "não é o caminho correto" procurar um culpado pela alta de preço dos combustíveis.

Depois de o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, ter afirmado esta segunda-feira que "só quem produz, distribui e comercializa o petróleo é responsável pelo aumento do preço dos combustíveis", o secretário-geral da Apetro pede "frieza nas análises".

Em declarações à Renascença, António Comprido diz que a Apetro "em Portugal é um simples tomador de preços, não é fazedor de preços".

"Os preços à saída das nossas refinarias ou dos produtos que são importados de outras refinarias refletem a variação das cotações internacionais", sublinha o secretário-geral da Apetro.

António Comprido adianta que "o problema é que existe uma alta dos preços da energia que resulta, essencialmente, da retoma em força da economia depois da queda abrupta que teve o ano passado”.

“O mercado tem impulsionado os preços em alta e, obviamente, nós acabamos por sofrer as consequências”, mas “não são os produtores, os comercializadores ou os revendedores que são culpados da carestia dos preços", argumenta.

O responsável lembra que, neste momento, a alta de preços é motivada pela oscilação dos mercados e insiste que a diferença de preço entre Portugal e Espanha não deve motivar "especulações".

Para António Comprido, a diferença entre os dois países está relacionada "apenas com a carga fiscal".

“O problema é que Espanha é dos países da Europa com menor carga e Portugal está acima da média", reforça para concluir que "a diferença é só uma e deve-se exclusivamente à carga fiscal".

Ainda assim, António Comprido entende ser óbvio que “o aumento que houve do fim do ano passado até agora não tem a ver com alterações da carga fiscal, porque houve apenas uma atualização da taxa de carbono e que foi absolutamente marginal no início deste ano".

Independentemente da diferença da carga fiscal entre países, a alta de preços “deve-se só essencialmente à alteração das cotações dos produtos nos mercados internacionais e esta é a justificação dos factos", conclui.