​Marcelo diz que Igreja escolheu “normas do bom senso” para as cerimónias de Fátima
04-05-2020 - 14:50
 • Dina Soares

“A Igreja tem uma história muito mais antiga do que os partidos e as centrais sindicais, e foi com base nessa sabedoria que sempre recusou a ideia de peregrinação”, afirma o Presidente da República.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que as cerimónias que a Igreja Católica escolheu para celebrar o 13 de Maio, em Fátima, “são as normas que o bom senso e as medidas sanitárias aconselham”.

Numa entrevista por telefone à rádio Montanha da ilha do Pico, o Presidente da República elogiou o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, e o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, pela sua opção, apesar da abertura demonstrada pelo Governo para acolher estas cerimónias.

“A Igreja tem uma história muito mais antiga do que os partidos e as centrais sindicais, e foi com base nessa sabedoria que sempre recusou a ideia de peregrinação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Na mesma entrevista, o chefe de Estado reconheceu que tinha uma ideia "mais simbólica" para se assinalar o 1.º de maio quando abriu a porta à comemoração da data na última renovação do estado de emergência devido à pandemia de Covid-19.

Já mais tarde, durante uma visita ao Chiado, em Lisboa, onde foi comprar livros e assinalar a reabertura das livrarias, Marcelo voltou a elogiar a decisão dos bispos portugueses.

“A Igreja fez bem em suspender o culto comunitário, apesar de alguns católicos terem ficado muito chocados” – afirmou o Presidente – “quando a Igreja defende tanto o direito à vida e o direito à saúde, só podia agir assim”, concluiu, pedindo aos católicos para terem paciência e esperarem até ao final de maio.

Marcelo revelou ainda a conversa que manteve na última sexta-feira com o Presidente norte-americano, Donald Trump: “ele queria cumprimentar Portugal pelos seus resultados no combate à pandemia, perceber o que é que nós fizemos, e expressar o seu apreço pela comunidade portuguesa nos Estados Unidos”.

Os dois chefes de Estado abordaram ainda a possível visita de Donald Trump a Portugal, embora Marcelo tenha lembrado que essa é uma questão que terá que esperar pelas eleições presidenciais em Portugal e nos Estados Unidos.