O comentador da Renascença João Duque considera que a disciplina de Cidadania devia ter uma vertente sobre literacia financeira.
No comentário à notícia de que estão a aumentar reclamações sobre investimentos em produtos de risco, alegadamente impingidos pela banca aos clientes, o economista entende que “devíamos incentivar mais esse tipo de educação”, “às vezes, mais importante do que outra, de outra natureza, dentro do âmbito daquela disciplina famosa de Cidadania”.
“Todos deveriam ter conhecimentos básicos como o efeito da inflação, o efeito acumulativo dos juros, o que é risco e as noções de que, de facto, nós vivemos numa sociedade com risco, há produtos com mais risco e com menos risco, e incentivar mais à poupança, porque a poupança é absolutamente fundamental para servir o investimento e para garantir um futuro melhor”, defende.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Duque sublinha que “temos um problema de literacia ou iliteracia financeira”, assinalando que “é fácil as pessoas não fazerem contas muito assertivas e muito certinhas de acordo com aquilo que são os cânones de avaliação de investimento”.
“Juntando isso com algum descuido de alguns intermediários financeiros, junta-se, quer dizer, o rastilho que é aceso pela ignição e, portanto, temos basicamente uma pequena explosão que, às vezes, é uma grande explosão”, sinaliza.