​Gripe. Médicos criticam Governo por demora na activação de planos de contingência
09-01-2018 - 10:39

Ordem dos Médicos reclama mais autonomia para as direcções hospitalares.

A Ordem dos Médicos diz que o Ministério das Finanças demora demasiado tempo a desbloquear os planos de contingência da gripe.

Em declarações à Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, revela que há atrasos nas burocracias.

“A Direcção-Geral de Saúde definiu alguns planos de contingência, ainda assim, limitados, como todos sabemos, que têm que ser activados através das direcções dos hospitais e das Administrações Regionais de Saúde e que depois têm de ser autorizados superiormente algures entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças. Ora, isto tem levado a atrasos na activação dos planos de contingência com todas as consequências negativas que estão a ser conhecidas, que é termos doentes internados em macas nos serviços de urgência em vários hospitais do país, em condições que não garantem sequer a dignidade dos próprios doentes”, afirma.

Perante este cenário, Miguel Guimarães reclama mais autonomia para as direcções hospitalares.

“Não é de todo em todo aceitável que as direcções dos hospitais não tenham autonomia para abrir as camas que fazem parte do plano de contingência e contratar os respectivos profissionais de saúde que são necessários para assegurar os cuidados de saúde a essas camas.

Esta e outras sugestões surgem numa altura em que as associações profissionais dos enfermeiros e dos médicos têm alertado para uma elevada procura nos serviços de urgência dos hospitais, descrevendo as situações como complexas ou mesmo caóticas.

Proteja-se do frio

A Direcção-geral da Saúde faz uma série de recomendações a propósito do Inverno, de modo a evitar complicações mais graves derivadas do frio, como doenças respiratórias e lesões.

As principais são:

  • Manter o corpo hidratado e quente;
  • Manter-se protegido do frio (nomeadamente, as extremidades: através do uso de um cachecol, um gorro, luvas e calçado quente);
  • Manter a casa quente (entre os 18 e os 21 graus);
  • Manter-se em contacto e atento aos outros;
  • Estar especialmente atento caso tenha alguma doença crónica ou problema de saúde, dado que “as temperaturas extremas e frias são factor de descompensação”, diz Graça Freitas, directora-geral da saúde.

Outras recomendações importantes são:

  • Manter a correcta ventilação das divisões com lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos de aquecimento a gás;
  • Evitar dormir/descansar muito perto da fonte de calor;
  • Apagar ou desligar os sistemas de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa;
  • Promover uma boa circulação de ar, não fechando completamente as divisões da casa, mas evitando as correntes de ar frio;
  • Atenção à utilização de botijas de água quente, para evitar o risco de queimadura;
  • Usar várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa, e não demasiado justas para não dificultar a circulação sanguínea;
  • Fazer refeições mais frequentes encurtando as horas entre elas, dando preferência a sopas e a bebidas quentes, como leite ou chá;
  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em vitaminas, sais minerais e antioxidantes (por exemplo, frutos e hortícolas), pois contribuem para minimizar o aparecimento de infeções;
  • Evitar bebidas alcoólicas, que provocam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.

A DGS sublinha que todos estes cuidados devem ser reforçados no caso dos grupos mais vulneráveis, ou seja:

  • Crianças nos primeiros anos de vida;
  • Pessoas com 65 ou mais anos ou com mobilidade reduzida;
  • Portadores de doenças crónicas;
  • Pessoas que desenvolvem actividade no exterior;
  • Praticantes de actividade física no exterior;
  • Pessoas que consomem álcool em excesso ou drogas ilícitas;
  • Pessoas isoladas ou em carência social e económica.