Taizé. "É possível outra maneira de estarmos uns com os outros"
16-08-2015 - 23:53

Jornalista António Marujo esteve em Taizé e fez um relato dos últimos dias para a Renascença.

Terminou este domingo o encontro ecuménico da comunidade de Taizé, em França. Este ano a pequena localidade, que foi abrigo de refugiados durante a guerra, foi palco de um triplo aniversário.

Em causa estiveram os 75 anos da sua fundação, os 100 anos do nascimento do seu fundador e os dez anos da sua morte.

O jornalista António Marujo foi um dos presentes em Taizé. Num relato para a Renascença fala da importância do encontro de diversas religiões que aconteceu ao longo da última semana, sinónimo do espirito de fraternidade de Taizé.

"Houve ocasião dos responsáveis das comunidades religiosas e também os intervenientes em diferentes debates, workshops e ateliês desta semana que puderam estar juntos a ouvir mensagens de alguns responsáveis religiosos", diz.

"Algumas das mensagens mais comoventes vieram precisamente de muçulmanos, de um judeu - que rezou uma oração em memória do irmão Roger", diz. Membos de diferentes confissões religiosas destacaram "o contributo essencial do irmão Roger e desta comunidade para a construção de um espírito de fraternidade universal que ultrapassa as denominações, seja de diferentes igrejas cristãs, seja de diferentes religiões".

António Marujo acrescenta ainda que, "além dos responsáveis religiosos, a quem a comunidade quis dar a palavra foi a pessoas vítimas de violência das mais diversas formas".

"Passaram por aqui refugiados, vítimas de violência étnica, imigrantes, refugiados que procuram a Europa, que morrem no Mediterrâneo, de quem passa fome, de quem sofreu guerras, de quem sofreu violências", conta.

"É possível outra maneira de estarmos uns com os outros no mundo, porque é este o nosso mundo e todos vivemos nele e que é possível de facto uma fraternidade entre as pessoas que ponha fim às violências que tanta gente é vítima”.

Ao longo desta semana, Taizé foi o ponto de encontro para milhares de jovens, numa iniciativa chamada Encontro para uma Nova Solidariedade. Entre eles esteve um grupo da diocese de Lisboa, acompanhado pelo cardeal patriarca D. Manuel Clemente.