Acidente de comboio na Galiza. O que pode ter corrido mal?
09-09-2016 - 18:02

As investigações para apurar as causas do acidente ferroviário desta sexta-feira na Galiza já começaram.

Um acidente na linha ferroviária Vigo-Porto fez quatro mortos e 46 feridos. As investigações para apurar as causas do acidente, que aconteceu em O Porriño (Pontevedra), já começaram. Os investigadores tentam responder à pergunta que todos fazem: afinal, o que correu mal no comboio Celta, operado pela CP e pela Renfe?

Houve uma falha mecânica no comboio?

De acordo com o ministro do Fomento de Espanha, Rafael Catalá, o comboio fez uma "grande revisão em Maio" e uma revisão de rotina na quinta-feira, no Porto.

Na mesma linha, o presidente da CP, Manuel Queiró, garantiu que a composição "estava em perfeitas condições".

O comboio era antigo?

Nas primeiras horas a seguir ao acidente, a presidente da câmara de O Porriño, Eva Garcia de la Torre, afirmou, sem elaborar, que o comboio era “muito velho”.

A ideia foi contrariada pelo presidente da CP. “Não é um comboio muito antigo”, defendeu Manuel Queiró, garantindo que o “material circulante tem condições de segurança”.

A composição envolvida no acidente é uma automotora da série 592, construída nos anos 80. Conhecidos como “camelos”, os S592 saíram das oficinas da empresa espanhola Macosa y Ateinsa, actual Alstom, entre 1981 e 1984. Mais tarde, no início do século XXI, foram sujeitos a uma grande remodelação.

Terá havido um problema na linha?

Outro dos cenários a ter em conta pelas equipas de investigadores em caso de acidentes ferroviários é o estado da linha.

O ministro do Fomento de Espanha, Rafael Catalá, adiantou que o troço em causa estava em obras perto da estação de O Porriño.

Esta intervenção obrigou a que o comboio tivesse de ser desviado para "uma linha secundária que obrigava a uma redução de velocidade". Foi nesta linha secundária que o comboio descarrilou.

"Nada indica que tenha havido falha humana”

O maquinista, de nacionalidade portuguesa, que poderia ser uma testemunha determinante para explicar o que aconteceu, é uma das vítimas mortais do desastre.

O ministro espanhol do Fomento, Rafael Catalá, disse aos jornalistas que o maquinista, de 45 anos, tinha todas as certificações para operar o equipamento acidentado.

Rafael Catalá acrescentou que o funcionário da CP, "obviamente, estava informado sobre a intervenção que estava a ocorrer na linha".

O presidente da CP, Manuel Queiró, também afirma que o maquinista "era experiente". "Nada indica que tenha havido falha humana ou de material circulante", frisou Manuel Queiró.