O número de mortes mensais aumentou 21,9% no primeiro ano de pandemia, situando-se nos 11.170 óbitos, que, conjugado com uma diminuição dos nascimentos, agravou o saldo natural negativo da população, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Estes indicadores constam da publicação do INE, “Um ano de pandemia: uma breve síntese” divulgado esta sexta-feira, no qual é sublinhado que o número médio mensal de 11.170 óbitos aumentou 21,9%, que combinado com a redução de 4,6% dos nascimentos “determinou um agravamento do saldo natural negativo [indicador calculado a partir da diferença entre nados vivos e óbitos], que passou de 23.441, no ano pré-pandémico para 51.680”.
Outro dos indicadores divulgados pelo INE para o mesmo período foi o emprego, que sofreu uma contração de 2,1%, registando-se, em contrapartida, um aumento da taxa de desemprego de 6,7% para 7,2% e da taxa de subutilização do trabalho de 12,9% para 14,5%, apesar das medidas de apoio ao emprego e ao rendimento como o ‘lay-off’ simplificado.
À semelhança do indicador emprego, o Produto Interno Bruto (PIB) do país sofreu uma contração de 8,4% face ao ano pré-pandémico.
Porém, o défice comercial registou uma redução, devido a uma diminuição mais acentuada das importações de bens do que das exportações (-17,4% e -11,2%, respetivamente).
A pandemia de covid-19 também teve um “impacto muito negativo nas atividades turísticas e conexas”, destacando-se a contração da procura dos respetivos serviços pelos turistas, facto que determinou que a balança de bens e serviços tenha apresentado um saldo negativo, apesar da redução do défice comercial.
A atividade da construção mostrou “alguma resiliência”, tendo-se registado nomeadamente um crescimento em termos médios nas transações de alojamentos novos (+7,3% em valor), das vendas de cimento em quantidade (8%) e um aumento de 7,8% dos preços da habitação, relativamente ao ano pré-pandémico.
Na área do ambiente, houve uma redução de 13,7% na emissão de gases de efeito de estufa, o que representa uma variação de -9,9% no período pré-pandemia.
Segundo o INE, a comparação de resultados estatísticos sobre o primeiro ano da pandemia (março de 2020 a fevereiro de 2021) com o período pré-pandémico (março de 2019 a fevereiro de 2020), “permite ter uma noção mais informada sobre o impacto da pandemia e avaliar os seus efeitos nas várias áreas”.