Morreu o dissidente chinês Liu Xiaobo, prémio Nobel da Paz
13-07-2017 - 14:50

Xiaobo foi preso há oito anos por ajudar a escrever uma petição que pedia reformas políticas na China. Venceu o prémio Nobel em 2010.

Morreu esta quinta-feira o dissidente chinês Liu Xiaobo, que venceu o prémio Nobel da Paz em 2010.

Xiaobo, que tinha 61 anos de idade, foi detido em 2009 por “incitar à subversão do poder do Estado” e condenado a 11 anos de cadeia. O seu crime foi ajudar a escrever uma petição que pedia reformas políticas para a nação.

O activista sofria de cancro do fígado e foi transferido recentemente da prisão para um hospital em Shenyang, onde morreu.

O gabinete jurídico da cidade de Shenyang emitiu uma curta declaração a informar que o recluso tinha morrido por falência de múltiplos órgãos e que as tentativas de o salvar foram em vão.

Legado de activismo

Um dos primeiros actos de protesto contra o regime chinês levado a cabo por Xiaobo foi uma greve de fome de apoio aos estudantes que se manifestavam pela democracia na Praça Tiananmen, em 1989. Na véspera da intervenção militar que esmagou os protestos, Liu Xiaobo declarou: "Nós não temos inimigos".

Anos mais tarde, repetiu a afirmação quando foi julgado pelo crime de ter escrito a petição, dizendo desta vez: "não tenho inimigos nem ódio".

Quando recebeu o prémio Nobel a sua reacção foi chorar, contou mais tarde a sua mulher Liu Xia, que disse que ele gostaria que o prémio tivesse sido dado a todas as vítimas de Tiananmen.

Apesar de ser visto como um herói por muitos activistas pró-reforma política na China, para outros era alvo de ódio. Os seus críticos sublinhavam o facto de lhe ter sido atribuído o prémio Nobel apesar de ele ter apoiado a invasão americana do Iraque e do Afeganistão.